O mercado imobiliário está em alerta diante da possibilidade de aumento da taxa básica de juros (Selic), que será definida na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), nos dias 17 e 18 de setembro. A expectativa é de que o aumento, estimado entre 0,25 e 0,50 ponto percentual, impacte principalmente o segmento de médio e alto padrão, enquanto o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) deve ser poupado por seus subsídios governamentais.
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), expressou preocupação com o impacto da alta da Selic sobre a caderneta de poupança, uma das principais fontes de financiamento para imóveis das classes média e alta. Ele destaca que o aumento dos juros pode reduzir o poder de compra das famílias, que terão mais despesas com juros, diminuindo a capacidade de aquisição de imóveis.
Além disso, Correia menciona que o aumento dos juros afeta o apetite por investimentos em infraestrutura, um setor que exige capital intensivo e de longo prazo. Investidores podem optar por manter o capital em aplicações financeiras de menor risco em vez de direcioná-lo para projetos de construção.
Geraldo Jardim, presidente da Câmara da Indústria e Construção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), compartilha da mesma preocupação, especialmente em relação ao impacto sobre os investidores. Ele acredita que o segmento de médio e alto padrão, que hoje representa mais de 30% do mercado, pode sofrer um abalo com a migração dos investidores para opções financeiras mais atraentes. No entanto, Jardim ressalta que o MCMV não deverá ser afetado devido à prioridade que o governo federal dá à habitação popular.
Apesar dessas incertezas, Ariano Cavalcanti, conselheiro da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), mantém uma visão otimista. Ele afirma que o setor imobiliário conta com outras fontes de financiamento, o que pode mitigar o impacto imediato de uma alta temporária da Selic. Cavalcanti acredita que, se o aumento for breve e a política monetária do BC alcançar o objetivo de controlar a inflação, o mercado imobiliário pode continuar crescendo devido à forte demanda.
Embora o cenário seja desafiador, o mercado permanece resiliente, esperando que a possível alta de juros seja apenas temporária.
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Informações retiradas de Marco Aurélio Neves ao Diário do Comercio