Golpe em aluguel de imóveis de luxo atinge juízes em Brasília

Os magistrados, que se mudaram para a capital para um curso de formação, alugaram apartamentos de alto padrão a preços abaixo do mercado. Ao chegarem em Brasília, descobriram que os imóveis já estavam ocupados. O corretor responsável pelo negócio afirmou ser vítima de fraude, prometeu reembolsar o valor pago e desapareceu.

Um dos principais investigados é Victor Rodrigues de Menezes, que se apresentava como corretor de imóveis e sócio da VM Inteligência Imobiliária. No entanto, as investigações revelaram que ele não possui licença de corretor e que a empresa era apenas uma fachada para o golpe. Além dos juízes, há indícios de que outras pessoas também tenham sido prejudicadas.

Contratos eletrônicos e pagamentos via Pix

De acordo com os depoimentos, Victor atraía as vítimas por meio de sites de locação e grupos de WhatsApp. Ele oferecia apartamentos no Condomínio Brisas do Lago, uma área nobre próxima ao Lago Paranoá, com aluguel entre R$ 4,7 mil e R$ 5,5 mil. Para dar legitimidade, assinava contratos eletrônicos com um CNPJ válido e exigia o pagamento antecipado via Pix.

As vítimas precisavam fornecer documentos como RG, CPF e comprovante de residência. No entanto, ao chegarem ao condomínio, os juízes encontravam os imóveis já ocupados. Alguns, ao buscar a administração do prédio, descobriram que Victor nunca esteve associado aos imóveis.

Victor usava perfis falsos, aplicativos criptografados e alterava constantemente suas informações pessoais e bancárias para evitar o rastreamento.

Justiça bloqueia contas dos acusados

A 5ª Delegacia de Polícia de Brasília começou a receber queixas em agosto de 2023. Na operação desta quinta-feira, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Victor e seu comparsa. A Justiça bloqueou R$ 266 mil das contas dos suspeitos para garantir o ressarcimento das vítimas.

Os envolvidos vão responder por estelionato e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem pegar até 20 anos de prisão. A Polícia Civil acredita que, com a divulgação do caso, outras vítimas possam surgir.