A operação da WeWork no Brasil está enfrentando dificuldades, com inadimplência nos aluguéis de seus espaços em São Paulo e ações de despejo movidas por empresas e fundos imobiliários (FIIs) que são proprietários dos imóveis. Até o momento, três ações já foram abertas e aguardam decisões, com outras sete em andamento, segundo fontes que falaram com exclusividade à Bloomberg Línea.
A WeWork apresentou propostas de renegociação de contratos, buscando melhores condições e preços, mas essas ofertas foram recusadas. No total, a empresa está inadimplente em cerca de 30 imóveis na capital paulista, de acordo com as mesmas fontes.
Ao ser questionada, a WeWork afirmou desconhecer qualquer ação de despejo e declarou que continua operando normalmente em todos os seus prédios ocupados. A empresa também disse ter chegado a acordos com os locadores em três desses imóveis.
Líder no mercado de coworking em São Paulo, a WeWork ocupa pouco mais de 100 mil metros quadrados, representando cerca de 2% do estoque de escritórios comerciais de alta qualidade na cidade. No entanto, uma fonte que acompanha de perto o caso informou que a empresa já havia relatado dificuldades financeiras em junho, afirmando que sua operação no Brasil nunca foi lucrativa.
Em resposta, a WeWork tem focado em reduzir custos e priorizar algumas operações, similar à estratégia adotada recentemente nos Estados Unidos. Uma recuperação judicial, nos moldes do Chapter 11 americano, também pode ser uma opção para a empresa no Brasil, segundo a fonte.
Apesar das dificuldades, alguns dos espaços ocupados pela WeWork continuam sendo rentáveis ou têm potencial de lucro. A empresa está renegociando contratos tradicionais de aluguel, que possuem custos fixos, buscando modelos de aluguel variáveis, como revenue share (participação no faturamento) ou profit share (participação nos lucros).
Especialistas destacam que, embora a WeWork enfrente essa crise, o mercado de coworking permanece aquecido. Empresas concorrentes estão de olho nos imóveis ocupados pela WeWork, muitos dos quais estão localizados em áreas privilegiadas, e podem aproveitar essa oportunidade para expandir suas operações.
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Informações retiradas de Bloomberg Línea