O mercado de locação residencial no Brasil está em plena transformação, impulsionado pela demanda reprimida e pela busca por soluções habitacionais flexíveis e acessíveis. Nos Estados Unidos, o mercado multifamily, caracterizado pela propriedade de ativos inteiros destinados à locação residencial e geridos por grandes corporações, já é consolidado e atrativo para investidores. Esse modelo oferece uma gestão profissionalizada e padronizada, proporcionando uma experiência de moradia uniforme e de qualidade aos inquilinos.
Devido a mudanças estruturais na economia e ao amadurecimento do mercado imobiliário brasileiro, esse modelo começa a se destacar como um novo terreno fértil para investimentos, atraindo gigantes internacionais do setor. Empresas como a Greystar, líder global em gestão de propriedades multifamily, anunciaram recentemente sua entrada no mercado brasileiro, trazendo capital e expertise para transformar o setor.
Fatores Impulsionadores do Aluguel Residencial
O descolamento entre os preços dos imóveis de primeira moradia e a capacidade financeira dos compradores é um dos principais fatores que tornam o aluguel residencial uma alternativa viável. A inflação imobiliária supera a renda média dos brasileiros, muitas vezes impedindo a aprovação de financiamentos bancários. A locação oferece flexibilidade e menor comprometimento financeiro, permitindo que os inquilinos vivam em regiões centrais e bem localizadas, muitas vezes inacessíveis para compra.
Essa tendência não é exclusividade brasileira. Países como Alemanha, Japão e Estados Unidos adotaram a locação residencial como uma opção preferencial há anos. Em Berlim, cerca de 80% da população vive de aluguel, e no Japão, os arranha-céus residenciais são predominantemente locados. Nos EUA, o modelo multifamily continua a se expandir, mostrando resiliência mesmo em tempos de crise econômica.
Oportunidades para Investidores
Para investidores imobiliários menores, entrar nesse nicho pode parecer desafiador, mas é possível. O primeiro passo é entender profundamente o mercado e as necessidades dos inquilinos. Investir em imóveis bem localizados e oferecer uma gestão eficiente são essenciais. Participar de fundos de investimento imobiliário (FIIs) focados em locação residencial também é uma maneira de entrar no mercado com menor capital inicial e riscos diluídos.
Além da receita direta com a locação, investidores podem obter ganhos adicionais, como a valorização do imóvel ao longo do tempo, a possibilidade de aumento real periódico dos aluguéis e a diversificação de investimentos. A implementação de serviços adicionais, como lavanderias compartilhadas, academias, espaços de coworking, depósitos extras, vagas de garagem e carros disponíveis para locação pontual ou permanente, pode gerar receitas acessórias significativas. Algumas pesquisas indicam que essas ofertas extras podem adicionar mais de 20% em receita adicional ao aluguel, melhorando a rentabilidade dos empreendimentos.
O mercado de locação residencial no Brasil está em crescimento, movido pela demanda reprimida e pela busca por soluções habitacionais flexíveis. Para investidores, grandes ou pequenos, o momento é oportuno para explorar esse nicho, trazendo inovação e qualidade ao setor imobiliário brasileiro.
“Em um cenário macroeconômico desafiador, é essencial que as empresas se adaptem a essas novas demandas, oferecendo não apenas produtos de alta qualidade, mas também condições comerciais atrativas e serviços que facilitem a jornada do consumidor. A estabilidade no emprego e condições favoráveis no mercado também são cruciais para que os consumidores se sintam confiantes em investir em imóveis”, analisa Luiz França, presidente da ABRAINC.
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Informações retiradas de Jose Mario Marim Jr à Exame