Comprar casas ou apartamentos para alugar é uma forma tradicional de investimento no Brasil. Agora, essa prática está evoluindo com a aquisição de imóveis para reformar e vender posteriormente, uma tendência conhecida como house flipping nos Estados Unidos.
O house flipping envolve encontrar boas oportunidades de compra de imóveis residenciais a preços atraentes, reformá-los e revendê-los. Esse método pode gerar lucros entre 20% e 30% em um prazo médio de 12 meses.
Reformar e revender imóveis é atualmente uma das melhores formas de obter lucro com esse tipo de ativo no Brasil, ao lado do investimento em fundos imobiliários. No entanto, é necessário técnica e agilidade para não perder dinheiro.
Em cidades como São Paulo, maior mercado imobiliário do país, os preços dos imóveis às vezes sobem abaixo da inflação. Por isso, o tempo entre a compra, reforma e revenda deve ser de até 12 meses para evitar problemas como perda da margem de lucro devido ao pagamento de contas de condomínio e IPTU.
Revenda em Curto Prazo
No primeiro trimestre de 2024, segundo dados do QuintoAndar, o preço médio do metro quadrado (m²) na capital paulista subiu 3,73% em 12 meses, enquanto a inflação acumulada foi de 3,93%. Para quem busca lucro com aluguéis, a rentabilidade anual é de 6%. Já os fundos imobiliários, que administram propriedades comerciais e residenciais, podem oferecer rentabilidade média mais alta.
De acordo com o índice Ifix, a valorização dos fundos imobiliários foi de 17,96% nos 12 meses terminados em 3 de maio. No entanto, esses fundos são ativos de renda variável, sujeitos à volatilidade do mercado.
Com a prática de comprar imóveis para reforma e revenda em curto prazo, investidores podem obter retornos de 20% a 30%. No caso de imóveis comprados em leilões, o retorno pode ser ainda maior, dependendo do desconto na compra e do tempo para a desocupação do imóvel.
Crescimento da Prática entre Investidores
A prática de house flipping tornou-se comum entre pessoas físicas e empresas. Quatro a cada dez pessoas que compraram imóveis residenciais em 2023 o fizeram para investimento.
Segundo o Raio-X FipeZap de dezembro, entre os que compraram propriedades com essa finalidade no ano passado, 46% esperavam lucro com a revenda, enquanto 54% contavam com lucro do aluguel. A maioria dos investidores é do sexo masculino (71%), com mais de 50 anos (52%) e renda mensal acima de R$ 15 mil (48%).
Entre as empresas, a Loft atuou nesse mercado por alguns anos, mas optou por se tornar uma plataforma de conectividade e dados para o mercado imobiliário. Isso ajudou a empresa a equilibrar suas finanças.
A prática tem se mostrado mais adequada para pessoas físicas ou empresas de menor porte, com crescimento controlado, e não no ritmo acelerado das startups de tecnologia. A Brise, por exemplo, realiza três projetos por ano em São Paulo, reformando apartamentos comprados a preços de oportunidade.
“Compramos em um preço de oportunidade, abaixo do mercado, geralmente apartamentos em situações muito precárias, que nunca foram reformados. A nossa reforma valoriza características antigas e entrega um projeto contemporâneo”, diz Arnaldo Borensztajn, sócio da Brise, que atua no centro e em bairros nobres da capital paulista.
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Informações retiradas de Gazeta