Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), revelou que a principal preocupação dos empresários da construção civil no primeiro trimestre de 2024 é a falta de mão de obra qualificada e seu alto custo.
Renato Michel, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon/MG), descreve a situação como um “apagão” de mão de obra no setor. “Hoje atuamos com 100% de empregabilidade devido à forte recuperação pós-pandemia, e por isso 28,2% dos empresários consultados destacaram a dificuldade de contratar como o maior problema do segmento”, afirma Michel.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, a construção civil gerou 110 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre de 2024. A construção de edifícios foi o maior destaque, responsável por 42% das novas vagas, seguida pelos serviços especializados (34%) e obras de infraestrutura (25%).
Necessidade de treinamento e capacitação
Para Renato Michel, a solução para a falta de mão de obra qualificada é clara: “É preciso investir no treinamento e capacitação da mão de obra. A maioria dos trabalhadores no setor tem entre 18 e 24 anos, e quem se capacita tem emprego garantido hoje em dia nas obras”.
Michel sugere que o SESI/SENAI seja o canal para esses treinamentos, mas critica a atual aplicação dos recursos dessas instituições. “O setor emprega 350.000 trabalhadores em Minas Gerais, gerando uma receita estimada de 235 milhões de reais por ano para essas entidades, que deveriam focar na capacitação dos trabalhadores. No entanto, o setor da construção civil recebe apenas R$ 7 milhões desse total. Quero entender o que está acontecendo, pois é um absurdo e não há solução para a falta de trabalhadores no nosso setor sem o treinamento através do SESI/SENAI, ligados à FIEMG”.
Michel enfatiza a importância da construção civil como geradora de emprego e renda, e como grande contribuinte do Sistema S. “A construção civil deveria ter um orçamento compatível com sua grandeza junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para treinamento e capacitação dos milhares de trabalhadores do segmento, gratuitamente. É preciso transparência quanto ao volume de recursos repassados ao Sistema S, bem como maior participação do setor da construção na formulação de políticas e estratégias que atendam às suas demandas”, finaliza o presidente do Sinduscon-MG.
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Informações retiradas de Portal Agita