O Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, em entrevista à CNN nesta terça-feira (23), revelou que o programa “Acredita” tem como objetivo aumentar a oferta de crédito imobiliário para famílias de classe média.
Mello explicou que a iniciativa visa liberar espaço nos balanços dos bancos para novos empréstimos, através da revenda de títulos já concedidos a investidores.
“Atualmente, os bancos, especialmente a Caixa Econômica, concedem crédito para a compra de imóveis e mantêm esses empréstimos em seus balanços. Isso significa que eles precisam aguardar que o mutuário pague o empréstimo, o que às vezes leva de 20 a 30 anos, antes de liberar espaço em seus balanços para oferecer novos empréstimos”, afirmou.
O secretário destacou que, com o programa Acredita, a Emgea, gestora pública de ativos, comprará os créditos detidos pelos bancos e poderá revendê-los a investidores interessados nesse tipo de ativo.
Isso permitirá, segundo Mello, uma ampliação do espaço nos balanços dos bancos, possibilitando que as instituições financeiras ofereçam mais crédito à população.
Além disso, o programa visa elevar a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de aproximadamente 10% para 25% a 30%.
“Queremos expandir o acesso ao crédito imobiliário e possibilitar que mais pessoas, principalmente da classe média, realizem o sonho da casa própria”, acrescentou.
Mello também ressaltou que nos últimos dois anos o mercado imobiliário enfrentou uma retração devido às altas taxas de juros, o que dificultou a obtenção de crédito e resultou em aumentos nos saques da poupança, que é uma fonte de recursos para os empréstimos imobiliários.
“Quanto menores as taxas de juros, mais rapidamente e de forma mais vigorosa esse mercado se recuperará”, destacou
O programa “Acredita” foi lançado na última segunda-feira (22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O programa acredita pode gerar mais de 1 milhão de empregos
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, revelou à CNN nesta terça-feira (23) que a implementação do programa de crédito imobiliário do governo federal, o “Acredita”, tem o potencial de criar mais de um milhão de novos empregos no Brasil.
“Para cada milhão investido na construção civil, nós temos 13 empregos. Então, estamos falando em um milhão e trezentos mil [novos postos de trabalho]”, afirmou Correia.
Correia destacou a importância do programa diante da redução dos recursos destinados à habitação nos últimos anos. Dados da CBIC mostram que os investimentos em crédito imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) diminuíram de mais de R$ 200 bilhões em 2021 para R$ 150 bilhões em 2023, com expectativa de queda para R$ 130 bilhões ou até R$ 120 bilhões em 2024.
“O ‘Acredita’ na área imobiliária vem trazer uma ferramenta nova. O setor já pleiteou que o Banco Central libere 5% dos compulsórios do depósitos da poupança para aplicação imediata. Isso recuperaria os R$ 30 bilhões. Porém, até agora, não ocorreu e o governo vem com essa ferramenta adicional, que é a EMGEA atuar como securitizadora do crédito imobiliário”, explicou.
Correia pontuou que o mercado secundário, de fundos de investimentos, fundos imobiliários, não compra, por questões comerciais e estatutárias, esse tipo de título. Então, a EMGEA pode fazer a aquisição desses títulos em TR e vender atrelado ao IPCA, mais uma taxa de juro que seja atrativa e compatível com os fundos de investimentos e fundos imobiliários — e até pessoa física que passam a poder adquirir estes recebíveis.
“Com isso, a EMGEA pode voltar com esses recursos para os bancos, que terão nova capacidade de financiamento. Estamos ainda analisando a medida provisória e avaliando os impactos, mas, existe uma possibilidade da empresa poder aplicar em torno de R$ 10 bilhões nessa operação, o que alavancaria algo em torno de R$ 100 bilhões para o mercado”, destacou.
“A análise da medida provisória e seus impactos ainda estão em andamento, mas existe a possibilidade de uma significativa injeção de recursos no mercado imobiliário”, concluiu.
Correia pontua que o mercado secundário, de fundos de investimentos, fundos imobiliários, não compram, por questões comerciais e estatutárias, esse tipo de título. Então, a EMGEA pode fazer a aquisição desses títulos em TR e vender atrelado ao IPCA, mais uma taxa de juro que seja atrativa e compatível com os fundos de investimentos e fundos imobiliários — e até pessoa física que passam a poder adquirir estes recebíveis.
“Com isso, a EMGEA pode voltar com esses recursos para os bancos, que terão nova capacidade de financiamento. Estamos ainda analisando a medida provisória e avaliando os impactos, mas, existe uma possibilidade da empresa poder aplicar em torno de R$ 10 bilhões nessa operação, o que alavancaria algo em torno de R$ 100 bilhões para o mercado”, destaca.
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Informações retiradas de Diego Mendes e Amanda Sampaio à CNN