Segundo a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), São Paulo tem uma oferta robusta de quase 60 mil imóveis novos disponíveis para venda, considerando unidades lançadas nos últimos 36 meses. A maioria esmagadora dessas propriedades, 67%, possui menos de 45m², com 48% na faixa de 30 a 45m² e 19% com menos de 30m². Por outro lado, apenas 1% dos imóveis, totalizando 1080 unidades, tem mais de 180m².
Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, destaca que todos os apartamentos enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida estão dentro desse levantamento. Ele ressalta que o preço desempenha um papel crucial, pois as unidades menores tendem a ser mais acessíveis, o que gera uma demanda significativa. Petrucci também menciona o impacto do Plano Diretor de 2014, que incentivou os incorporadores a construir unidades sem vagas de garagem, destinadas principalmente aos imóveis maiores.
A advogada especializada em Direito Urbanístico, Marcella Martins Montandon, do escritório Duarte Garcia, Serra Netto e Terra, concorda com a perspectiva de um economista sobre o mercado imobiliário. Ela destaca que entre 2014 e o ano anterior, a construção de unidades habitacionais de até 50m² era mais acessível devido ao fator de cálculo da outorga onerosa ser 0,8.
Além disso, o Plano Diretor de 2014 incentivou apartamentos pequenos em áreas próximas ao transporte público, desconsiderando a necessidade de vaga de estacionamento por unidade habitacional.
A arquiteta Marcella aponta uma tendência nos edifícios de mesclar apartamentos maiores e menores, atribuindo mais vagas de estacionamento aos maiores e nenhuma aos menores, respeitando a proporção da lei e o perfil do consumidor. Ela prevê que a revisão do Plano Diretor em 2023 pode mudar esse cenário, com novas regras que consideram áreas não computáveis, como uma vaga por unidade com área igual ou superior a 30m², ou uma vaga a cada 60m² de área privativa. Marcella acredita que essa nova abordagem está mais alinhada com a demanda real.
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Informações retiradas de Breno Damascena à Estadão
