No 89º Encontro da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário, realizado em Recife e sediado pelo Hub Nogueira Corretores, empresários discutiram as expectativas para o mercado imobiliário em 2024. Prevê-se um ano de vendas mais forte do que 2023, impulsionado pela queda consistente das taxas de juros, com um notável avanço tecnológico através do uso de Inteligência Artificial generativa.
No entanto, há preocupações em relação aos potenciais impactos da reforma tributária no segmento. O novo presidente nacional da ABMI, Alfredo Freitas, que assumiu durante o evento, expressou confiança nas capacidades de resposta do setor às flutuações das taxas de juros, destacando sua sensibilidade a esses movimentos econômicos.
“Estamos muito otimistas em todas as regiões brasileiras, não só aqui no Nordeste, que vem passando por um momento de crescimento. Em 2023, os negócios das empresas imobiliárias foram melhores do que em 2022, mostrando uma evolução proporcional ao início da redução dos juros, algo que deve se aprofundar em 2024″, analisa Alfredo Freitas.
“Estávamos e ainda estamos com taxas elevadas, mas esse processo de desaceleração tem sido um grande diferencial no estímulo ao consumo das famílias brasileiras. Comprar, alugar, movimentar o mercado de imóveis vêm muito nessa direção”, destaca.
Turismo e 2ª moradia animam Nordeste
Sobre o panorama do mercado imobiliário 2024 no Nordeste, o presidente acredita que a região deve seguir o desempenho nacional do setor, mas “com algumas particularidades, como os impactos do crescimento do turismo e a expansão da 2ª moradia“.
O aquecimento da cadeia turística – com boa participação de estrangeiros hospedados seja em resorts, seja em imóveis locados – e o movimento sustentado de fortalecimento da 2ª moradia geram um aumento de demanda que anima o segmento.
“No Nordeste, graças a esses e outros fatores, temos um cenário continuado de investimentos em imóveis, com capital vindo de outras regiões e de fora do país“, detalha.
Mercado imobiliário 2024: reforma tributária traz apreensão
O setor da construção civil e mercado imobiliário unem forças para garantir um espaço específico na reforma tributária aprovada em 2023. O texto final, resultado de uma articulação nacional, incluiu disposições para serem detalhadas por lei complementar este ano. No entanto, empresários estão preocupados devido a sinais ambíguos do Governo Federal, que às vezes sugere um aumento na carga tributária através da reforma.
“Os tributos já têm um peso elevado em nossas operações. Podem chegar a 27,5%, por exemplo, do valor de um aluguel. Não teríamos como suportar uma legislação complementar que ampliasse ainda mais o peso dos impostos”, defende.
O que dizem as empresas do Nordeste?
No Nordeste, a Hub Nogueira (PE) – plataforma de inteligência e estratégia formada por nove imobiliárias – compartilha das preocupações com a reforma tributária. A companhia também concorda com o diagnóstico da ABMI sobre o cenário promissor do mercado em 2024, particularmente na região.
“Nossos negócios cresceram 12% em 2023 e esse ano prevemos uma expansão da mesma ordem, o que representa um resultado excepcional”, afirma o presidente Armando Nogueira. Entre os fatores que animam o empresário estão os efeitos do avanço do turismo no mercado de imóveis.
“Tivemos uma ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto do Recife, concluída ano passado, e que fortalece ainda mais a cidade como hub aeroportuário internacional e nacional, o que terá reflexos no setor imobiliário”, aponta.
Inteligência artificial x mercado imobiliário 2024
Sobre o avanço da disrupção, o presidente da ABMI acredita que 2024 terá um ciclo importante de investimentos das empresas do ramo imobiliário em soluções que utilizam inteligência artificial de segunda geração. A expectativa dele é de um aprofundamento da aceleração digital, graças às novas possibilidades que a IA generativa proporciona.
“Temos diversas oportunidades de aplicação da nova geração da IA. Isso vai desde a gestão de materiais, controle de resíduos, gestão financeira de projetos, acompanhamento da obra pelo cliente e prestação de contas até a administração de alugueis, só pra citar alguns exemplos”, conclui Alfredo Freitas.
Aberto no dia 13 deste mês, o Encontro da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário segue até esta sexta-feira (15), no hotel Gran Mercure, bairro de Boa Viagem, no Recife.
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Informações retiradas de Fernando Ítalo à Movimento Econômico