No ano passado, o mercado imobiliário registrou um notável crescimento, revelam dados divulgados pela Abrainc-Fipe. Entre janeiro e dezembro, as vendas de novos imóveis aumentaram em impressionantes 32,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, estabelecendo um novo recorde na série histórica desde 2014.
Com um total de 163.108 unidades vendidas, esse crescimento foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), segundo a associação. Este desempenho robusto reflete um cenário favorável no setor imobiliário e sugere uma demanda sustentada por parte dos compradores.
No mercado imobiliário, observamos movimentos distintos entre os segmentos de médio/alto padrão e o programa Minha Casa Minha Vida. No primeiro, houve um aumento notável de 14% no volume de unidades vendidas e de 18,9% no valor das transações, apesar de um declínio de 9,2% no valor total lançado. Isso sugere uma gradual readequação nos estoques, com a duração da oferta caindo para 17 meses, em comparação com os 24 meses anteriores.
Por outro lado, o segmento Minha Casa Minha Vida apresentou um crescimento expressivo, com um aumento de 42,2% no volume de unidades comercializadas e de 55,1% no valor total de vendas ao longo do ano. Além disso, os lançamentos também registraram um incremento significativo de 39,3% no valor de venda.
O programa habitacional do governo, anteriormente conhecido como Casa Verde e Amarela durante o mandato do presidente Bolsonaro, obteve resultados positivos, conforme destacado pela associação ligada ao setor. As medidas de ajuste implementadas foram cruciais para ampliar o acesso à moradia para famílias de menor renda.
Em julho do ano passado, o governo anunciou diversas mudanças no programa, incluindo o aumento do subsídio para a aquisição de imóveis, a redução das taxas de juros para financiamento de famílias com renda mensal de até R$2 mil, e o aumento do valor máximo do imóvel que pode ser adquirido pela faixa de renda mais alta. É enfatizada também a importância de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que é a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda.
Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), enfatizou que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um catalisador significativo para o crescimento do setor imobiliário, crucial para a economia. Com a tendência atual de queda dos juros, prevê-se um aumento nas vendas de imóveis neste ano, tornando o investimento imobiliário ainda mais atrativo. França destacou também um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, o que fortalece a demanda por ativos imobiliários.
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Informações retiradas de Ana Carolina Diniz à O Globo