À medida que o mundo se adapta ao novo “normal” pós-pandemia, um tema ganha destaque nas discussões empresariais: o fim do home office e o retorno ao escritório.
Desde o início da pandemia de COVID-19, o home office tornou-se realidade para milhões de pessoas. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um aumento significativo no número de pessoas trabalhando em casa, um crescimento de cerca de 53,5% após o surgimento da pandemia. Esse movimento foi impulsionado pela necessidade de garantir a segurança dos funcionários e a continuidade das operações empresariais
o mercado imobiliário corporativo, especialmente na metrópole paulistana, foi muito impactado, evidenciado pelo aumento da taxa de vacância nos edifícios comerciais. Segundo a empresa de pesquisa Buildings, no segundo trimestre de 2021, a taxa de vacância em São Paulo alcançou 20,8%, uma elevação notável em relação aos 14,5% registrados no mesmo período do ano anterior e aos 15,9% do segundo trimestre de 2019.
Não se restringindo aos espaços de trabalho, o impacto reverberou pelo entorno, afetando estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes, que se viram obrigados a encerrar suas atividades.
De acordo com a Associação Nacional de Restaurantes – ANR. esse cenário desolador resultou em um considerável número de demissões, estimado em cerca de 1 milhão de postos de trabalho em todo o país. Adicionalmente, 76% dos proprietários desses estabelecimentos enfrentaram dificuldades na obtenção de crédito para a manutenção de seus negócios, com quase 80% necessitando recorrer à Medida Provisória 936, que versa sobre a suspensão ou redução de jornada e salário.
Entretanto, à medida que avançamos para o ano de 2024, vislumbra-se uma progressiva retomada da normalidade. Como resultado, em SP notou-se um crescimento substancial na absorção de espaços de escritório. Os dados da consultoria Newmark revelam que, no quarto trimestre de 2023, os novos contratos de áreas comerciais locadas alcançaram 137 mil m².
Este aumento foi evidenciado tanto na absorção bruta, que subiu 153%, quanto na absorção líquida, que cresceu 170%. Como resultado, São Paulo registrou um número recorde de locações em 2023, além disso, houve uma leve redução de 23,3% nos espaços vagos. O movimento indica uma recuperação expressiva após os impactos da pandemia.
No contexto mais amplo do Brasil, o mercado de escritórios também apresentou alta no terceiro trimestre de 2023, conforme indicado pelas pesquisas mais recentes da consultoria imobiliária JLL. O saldo entre áreas alugadas e devolvidas (absorção líquida) foi de 51 mil m² no 4T. Os setores financeiro, tecnológico e de saúde continuaram sendo os principais demandantes de espaços ao longo do ano, representando uma participação de mercado de 26% na absorção bruta.
Um caso emblemático que ilustra essa reversão de tendência é o do Itaú Unibanco, uma das empresas pioneiras na implementação do home office. Em 2024, o Itaú surpreendeu ao adquirir o prédio que abriga a sede de seu banco de investimento, o Itaú BBA, localizado na Avenida Faria Lima, por R$ 1,46 bilhão. Esta aquisição representa uma clara mudança de estratégia, indicando uma distância cada vez maior da jornada de trabalho remota.
Em síntese, o retorno ao escritório marca um novo capítulo na evolução do ambiente de trabalho pós-pandemia. Espera-se um crescimento na demanda por locações de imóveis comerciais ao longo de 2024, abrangendo não apenas edifícios corporativos, mas também espaços destinados a restaurantes, lojas e outros estabelecimentos comerciais. Com a reintrodução do trabalho presencial, diversos setores adjacentes experimentam uma revitalização. Como você tem percebido essa mudança? Está preparado para acompanhar o aquecimento do setor esse ano?
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