De acordo com o mais recente levantamento do FipeZAP, a intenção de compra de imóveis registrou uma queda significativa, atingindo o menor nível desde o início da pandemia de Covid-19. Os dados do quarto trimestre de 2023 revelam que a proporção de potenciais compradores diminuiu de 41% para 38%, marcando o menor índice desde o primeiro trimestre de 2020.
Lucas Gerez, economista do DataZAP, atribui parte dessa mudança à variação da taxa básica de juros, conhecida como Selic, que serve como referência para o financiamento imobiliário. A trajetória descendente da Selic, iniciada em 2017 e intensificada durante a pandemia, levou os juros a atingirem uma mínima histórica de 2% ao ano, impactando diretamente o interesse dos compradores no mercado imobiliário.
A oscilação da taxa Selic teve um impacto significativo no mercado imobiliário, gerando efeitos divergentes ao longo do tempo. Enquanto a queda inicial da Selic alimentou o interesse de compra de imóveis, a subsequente alta a partir de 2021 desencorajou tais aquisições. A rápida elevação da Selic, atingindo níveis de dois dígitos no início de 2022, exacerbou essa tendência, refletindo um cenário de volatilidade e incerteza para os investidores no setor imobiliário.
“O aumento no custo do financiamento imobiliário explica uma parte da história, a taxa Selic acima de dois dígitos entre 2022 e 2023 dificultou a aquisição do imóvel de interesse para uma parte da população”, informou, em nota, o economista.
Com a tendência de queda na taxa Selic consolidando-se em 2024, os cortes iniciados em setembro do ano anterior resultaram em uma taxa de 11,25% ao ano. Espera-se que, a partir do segundo semestre de 2024, os efeitos dessa redução sejam mais notáveis no mercado imobiliário, possivelmente estimulando a aquisição de imóveis para investimento, de acordo com análises de Gerez.
Mais moradia, menos investimento
No último trimestre de 2023, a tendência de preferência por imóveis para moradia entre os compradores se consolidou, contrastando com um interesse declinante em propriedades para investimento. Essa mudança tem sido atribuída em parte às altas taxas de juros, desencorajando investimentos, e ao aumento na aquisição de imóveis econômicos, impulsionado por programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida. O economista do DataZAP destaca que é prematuro determinar um novo equilíbrio entre compradores com fins residenciais e investidores.
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Informações retiradas de Beatriz Quesada à Exame