Um estudo conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023 revelou uma queda contínua no número de brasileiros que possuem imóveis próprios desde 2016, enquanto o número de pessoas optando por alugar aumentou em cerca de 3% no mesmo período. Paralelamente, uma pesquisa da Agência Today destacou que 80% dos jovens entre 25 e 39 anos preferem alugar a comprar uma propriedade.
Esse cenário favorável ao aluguel tem impulsionado investimentos no conceito de “multifamily” por empresas brasileiras, um segmento já consolidado nos Estados Unidos há um século, movimentando anualmente US$ 200 bilhões e respondendo por 80% dos aluguéis no país.
O conceito de “build to rent” (construído para alugar) está ganhando destaque no Brasil, impulsionado pela alta nos preços dos imóveis, aumento dos juros e dificuldades de financiamento. Projetos multifamiliares, focados nas classes A e B, estão se tornando o foco dos fundos de investimento imobiliário. Grandes empresas constroem prédios exclusivos para aluguel, oferecendo apartamentos equipados com eletrodomésticos e serviços, como geladeira, fogão, ar-condicionado, máquinas de lavar roupa e louça, além de portas com fechadura eletrônica e armários espaçosos.
As áreas comuns incluem churrasqueiras gourmet, piscinas, academias e espaços para home-office, atendendo às demandas dos locatários.
Geralmente os contratos, que podem ter períodos adaptados às necessidades do cliente, incluem serviços de hotelaria.
“É uma nova forma de morar, consequência da maneira como trabalhamos e estamos vivendo. O brasileiro está refletindo sobre as vantagens de viver de aluguel. Ainda há uma carga cultural grande para compra, mas muitos já perceberam que a aquisição nem sempre é a melhor opção”, observa Cristiano Viola, diretor de operações da incorporadora e gestora imobiliária global Greystar, em entrevista ao site do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGs), ligado à Fecomércio: “Nessa nova realidade, muitas pessoas buscam lugares para viver sem a obrigação de fazer um contrato de 30 meses. Na Greystar, por exemplo, a duração de cada contrato é variável”.
O modelo de negócio “multifamily” destaca-se por sua gestão profissional e centralizada, oferecendo vantagens em relação à burocracia comum dos condomínios. Fernanda Leitão, tabeliã do Cartório 15, explica que tais empreendimentos são propriedade de um único dono ou entidade, dedicados à locação e gerenciados por empresas especializadas. Esses complexos podem incluir casas, apartamentos ou imóveis comerciais, com projetos e serviços personalizados para atender diferentes públicos, como idosos, famílias pequenas e solteiros.
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Informações retiradas de Extra