As vendas de imóveis em 2023 em São Paulo apresentaram um crescimento notável, com um aumento de 10% em relação ao ano anterior, totalizando 76,1 mil unidades residenciais vendidas. Esse incremento refletiu também no valor geral de vendas (VGV), que atingiu a marca de R$43,9 bilhões, representando um aumento de 26% em comparação a 2022.
O levantamento realizado pelo Secovi-SP revelou que mais da metade das unidades vendidas, ou seja, 53%, pertenciam ao segmento de médio e alto padrão, enquanto 47% foram classificadas como unidades econômicas enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
As vendas de unidades do MCMV apresentaram um aumento de 5% em comparação com o ano anterior, alcançando um total de 35,9 mil residências vendidas. Este número representa a maior quantidade de unidades vendidas desde 2016. Além disso, o VGV das unidades do MCMV também atingiu seu maior nível em sete anos, totalizando R$ 8,7 bilhões e registrando um aumento de 9% em relação a 2022.
No mercado imobiliário de São Paulo, além dos programas habitacionais do governo federal, destacam-se iniciativas locais como o “Casa Paulista”, do governo estadual, e o “Pode Entrar”, da prefeitura. Em 2023, os empreendimentos de médio e alto padrão tiveram um desempenho notável, somando 40,2 mil unidades vendidas, representando um aumento de 15% em relação ao ano anterior. O valor geral das vendas atingiu R$35,2 bilhões, o maior desde 2013, com um impressionante salto de 30% em comparação com o ano anterior.
Ao analisar as faixas de preço, constata-se que 40% das unidades vendidas custaram até R$264 mil, com um ticket médio de R$225,4 mil. Enquanto isso, 21% das vendas foram de unidades com preços entre R$264 mil e R$350 mil, com um preço médio de R$298,5 mil. Por outro lado, os empreendimentos de luxo se destacaram, movimentando R$11,7 bilhões em vendas de unidades que ultrapassaram os R$2,1 milhões. Estes imóveis tiveram um preço médio de R$4,5 milhões, representando 27% VGV total.
Lançamento de imóveis de alto padrão cai
Em 2023, o setor imobiliário na capital paulista viu um total de 73,2 mil unidades lançadas, representando uma diminuição de 3% em comparação com o ano anterior. Apesar disso, em termos monetários, houve um aumento de 3%, atingindo R$44 bilhões. O segmento de baixa renda liderou o crescimento, com um avanço de 26%, totalizando R$9,2 bilhões em lançamentos.
Em contrapartida, os segmentos de médio e alto padrão experimentaram uma queda de 3% no Valor Geral de Vendas (VGV) das unidades lançadas, totalizando R$34,7 bilhões. Esperadamente, as construtoras e incorporadoras focadas em média e alta renda reduziram seus lançamentos em 18%, totalizando 36,4 mil unidades residenciais. Por outro lado, os lançamentos de imóveis econômicos cresceram 17%, alcançando 36,8 mil unidades, superando os outros segmentos.
SP tem estoque de 60 mil imóveis e maior procura por 2 quartos
Segundo dados do Secovi-SP, as unidades de 1 e 2 dormitórios foram as mais vendidas, porém houve um aumento na tendência de vendas de apartamentos com mais de dois quartos. No que diz respeito ao tamanho, os imóveis com menos de 45 metros quadrados lideraram as vendas, enquanto a procura por apartamentos maiores, com mais de 180 metros quadrados, também cresceu.
Ao final de dezembro, ainda havia 64,6 mil imóveis disponíveis para venda na capital paulista, com 62% deles pertencendo aos segmentos de médio e alto padrão.
Perspectivas para 2024
Com a redução contínua da taxa básica de juros (Selic), alterações no Mercado de Capitais e um orçamento histórico do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingindo R$ 115,6 bilhões, o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) prevê um aumento de até 5% nas vendas e lançamentos de imóveis de médio e alto padrão. Enquanto isso, a expectativa é de um crescimento de 5% a 10% nas vendas e lançamentos de unidades econômicas.
“O ambiente hoje é muito mais favorável do que em janeiro de 2023, quando a confiança estava em baixa, a taxa de juros em alta e o cenário político era cercado de incertezas”, comenta o presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim, em tom otimista.
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Informações retiradas de Flávya Pereira à Money Times