Onde fica o bairro mais caro do Brasil? Uma pergunta que você provavelmente já deve ter se questionado foi respondida em um estudo do grupo imobiliário QuintoAndar. A pesquisa foi conduzida em 2023 e comparada com 2022, revelando uma supervalorização dos bairros nobres em seis capitais brasileiras.
Bairros como Ipanema e Leblon no Rio de Janeiro, Centro Cívico em Curitiba e Setor de Clubes Esportivos Sul em Brasília registraram considerável aumento nos preços de aluguel. O Leblon se destacou, ultrapassando a marca de R$100 por metro quadrado, alcançando um preço médio de R$106,4, consolidando-se como o bairro mais caro do Brasil entre as seis capitais analisadas.
No mês de dezembro, o Índice FipeZap Residencial revelou que o bairro do Leblon se destacou como o mais caro do Brasil em termos imobiliários. O metro quadrado na região atingiu uma média de R$22 mil. Logo em seguida, Ipanema foi apontado como o segundo bairro mais caro, com R$21 mil por metro quadrado, seguido pelo bairro Itaim Bibi, em São Paulo, que registrou uma média de R$17 mil por metro quadrado.
Aluguel subindo
Os preços do aluguel no Brasil registraram um aumento alcançando níveis máximos nos últimos quatro anos, de acordo com um levantamento realizado pelo QuintoAndar. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília atingiram o maior valor por metro quadrado desde 2019, quando a empresa começou a compilar esses dados.
O aumento é atribuído à persistente alta taxa de juros, que ultrapassou os 13% até agosto, desestimulando a busca pela compra de imóveis e impulsionando a demanda por aluguel. Isso resultou em um aumento nos preços do aluguel, enquanto os descontos oferecidos diminuíram, conforme explicou Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
A dificuldade em adquirir moradia própria tem levado mais pessoas a optarem pelo aluguel. Apesar da redução da taxa básica de juros (Selic) desde agosto, os juros ainda permanecem elevados no financiamento imobiliário, e a expectativa é de que os ajustes por parte dos bancos demorem. O crédito imobiliário, sendo um compromisso de longo prazo, é mais influenciado pelo movimento das taxas futuras do que pela própria Selic.
À medida que a confiança no ambiente econômico aumenta, espera-se uma gradual redução desses juros, geralmente liderada por bancos públicos como a Caixa, que detém a maior parcela do mercado.
Baixa oferta de unidades
A baixa oferta de unidades disponíveis está contribuindo para um desequilíbrio entre oferta e demanda, impulsionando o aumento dos preços. De acordo com levantamento do QuintoAndar, apesar da variação de preços ter sido menor em comparação a 2022, o custo acumulado do aluguel resultou em um aumento de quase 10% no metro quadrado em São Paulo, alcançando R$59,82.
Destaca-se que imóveis maiores estão experimentando uma maior valorização, influenciados pelo crescimento do trabalho híbrido, que demanda mais espaço para acomodar residência e atividades profissionais, mesmo após o término da pandemia.
A mudança nas dinâmicas de trabalho, com modelos remotos e híbridos predominantes, tem destacado a valorização de apartamentos maiores. Anteriormente, imóveis de um dormitório eram preferidos pela facilidade de acesso aos centros urbanos pós-pandemia, mas a busca por mais espaço tem alterado essa tendência. Apesar da valorização, os apartamentos de três quartos ainda têm um custo por metro quadrado mais baixo em comparação com unidades de um ou dois dormitórios.
Custo por metro quadrado
Em São Paulo, por exemplo, apartamentos de três dormitórios têm preço médio de R$48,49 por metro quadrado, enquanto os de um quarto custam em média R$67,07. Essa tendência é observada em várias capitais, exceto no Rio de Janeiro, onde os imóveis de dois dormitórios possuem o custo mais baixo.
Parte disso pode ser explicado pela localização desses empreendimentos menores. Muitos lançamentos dos últimos anos foram realizados em áreas nobres das cidades.
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Informações retiradas de Isabel Filgueiras à Valor Investe