O histórico distrito financeiro da City de Londres está passando por intensa construção, com a aprovação da construção de dez novas torres de escritórios, uma delas destinada a se tornar a mais alta da região conhecida como Square Mile. A City of London Corp., órgão governante do distrito, está impulsionando o desenvolvimento, indicando que a intensidade das construções não deve diminuir tão cedo.
No cenário pós-Brexit e pós-pandemia, os planos de desenvolvimento no setor imobiliário comercial de Londres indicam uma aposta significativa no futuro do local de trabalho. Apesar de desafios econômicos, como a inflação e altas taxas de juros, os desenvolvedores veem um “ambiente favorável”. A taxa de vacância de escritórios na City atingiu 9,5% no terceiro trimestre, superando a média de longo prazo de 5,7%. No entanto, novas construções apresentaram uma taxa de vacância notavelmente baixa de 1,4%.
Chris Valentine, chefe da agência de escritórios da JLL, destaca a resiliência dos desenvolvedores diante dos desafios, sugerindo otimismo em relação ao potencial de recuperação do mercado.
A City of London Corp. está otimista em relação ao crescimento econômico no distrito, baseando suas estimativas em um relatório que prevê um aumento significativo de empregos, impulsionando a demanda por espaço de escritório, independentemente da continuidade do trabalho híbrido.
No entanto, existem preocupações com a possibilidade de construção excessiva de prédios de escritórios mais antigos, que poderiam ficar desocupados, e a ameaça de empresas migrarem para outros distritos, como Canary Wharf. Antes da pandemia, cerca de 540 mil trabalhadores se deslocavam para a City, mas agora, embora haja mais empregos no distrito (cerca de 617 mil), menos pessoas frequentam os escritórios.
A City of London Corp. está empenhada em atrair trabalhadores e visitantes de volta, lançando um site no verão para promover galerias de arte e outras atrações. Apesar de ainda ser predominantemente ocupada por empresas financeiras, os novos prédios são projetados para atrair inquilinos de pequeno e médio porte, especialmente do setor de tecnologia.
Inovações na City
Com a ascensão de Canary Wharf nas últimas décadas, a City busca inovações para atrair ocupantes e revitalizar prédios mais antigos. A demanda por sustentabilidade é evidente, com a maioria dos edifícios atendendo aos melhores padrões. Além disso, há um movimento para disponibilizar espaços nas torres para o público, seguindo o sucesso de iniciativas como o Sky Garden.
A flexibilização das regras permite a conversão de prédios antigos em espaços culturais, educacionais ou de hospitalidade. Apesar dessas mudanças, a política central continua sendo priorizar os escritórios, com o objetivo de manter a City como um hub financeiro relevante.
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Informações retiradas de Eshe Nelson à Folha de S.Paulo