Ao mesmo tempo que a população brasileira se manifesta por preços mais justos no mercado de aluguel, esses também destacam-se como os estrangeiros mais proeminentes na aquisição de imóveis nas áreas nobres de Lisboa e do Porto, Portugal. Em um relatório da imobiliária JLL intitulado “Portugal, Living Destination”, é revelado que brasileiros estão adquirindo propriedades avaliadas em milhões de euros, com estimativas que indicam a presença de centenas ou até milhares desses compradores entre as 65 mil pessoas de alto patrimônio que residem no país.
Embora os norte-americanos invistam em imóveis mais caros em todo o território português, as regiões mais valorizadas das principais cidades, especialmente Lisboa e Porto, são preferidas pelos compradores brasileiros.
De acordo com Manoel Pires, consultor internacional da JLL, tais áreas concentram empreendimentos de segmento premium, que mantêm sua identidade histórica, mas foram renovados para oferecer interiores modernos e confortáveis. Esses empreendimentos também contam com comodidades como piscina, sauna, spa, jardim privado e estacionamento, atendendo aos atrativos desejados pelo cliente brasileiro de alto padrão: localização privilegiada, conforto e qualidade de vida.
Os brasileiros gastam, em média de €650 mil (R$3,4 milhões) a €2,5 milhões (R$13 milhões) para comprar residências na seguintes áreas nobres:
Lisboa:
- Avenida da Liberdade
- Chiado e Príncipe Real
- Avenidas Novas
- Campo de Ourique
Cascais:
- Estoril e Quinta da Marinha
Porto:
- Foz do Douro
- Matosinhos
- Campo Alegre
Segundo Pires, especialista em imigração, o fim do visto gold e a revisão do programa de Residente Não Habitual (RNH) em Portugal não desencorajam os brasileiros de investir no país. Ele destaca que o interesse de famílias de alto padrão em Portugal vai além dos benefícios fiscais, pois muitos já possuem ou têm acesso a cidadanias europeias.
Pires ressalta que, ao longo da última década, a mensagem de que Portugal oferece uma vida tranquila, segura e mais acessível tem atraído não apenas investidores, mas também seus familiares e amigos para estabelecerem-se no país.
O empresário Maurício Guitarrari, com experiência tanto na construção civil quanto no setor de logística, destaca o contínuo crescimento da construção civil e do mercado imobiliário. Ele compartilha sua experiência pessoal de compra de uma casa por €2,7 milhões e venda por €4,8 milhões, evidenciando a valorização do setor.
No entanto, o texto destaca um desafio significativo para os imigrantes brasileiros em Portugal: a escassez imobiliária. A consultora de imigração Patrícia Lemos relata a exigência de alguns proprietários de 12 meses de pagamento de aluguel para concretizar negócios, o que se tornou uma barreira para os brasileiros.
A alta demanda e a entrada de imigrantes com recursos após conflitos globais contribuíram para essa mudança no mercado, impactando a comunidade brasileira que enfrenta dificuldades nesse cenário.
O corretor de imóveis, Lemos, revela uma tendência crescente de brasileiros que ainda residem no Brasil agendarem visitas para conhecer propriedades em Portugal. Segundo ele, uma família planeja visitar em dezembro e janeiro com o intuito de explorar uma residência avaliada em €2,5 milhões. A intenção é estabelecer Portugal como base e utilizar o país como ponto de partida para viagens pela Europa.
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Informações retiradas de Gian Amato à O Globo