Uma pesquisa encomendada pelo QuintoAndar e pelo Imovelweb revelou que Belo Horizonte é a capital brasileira com o menor percentual de trabalhadores totalmente remotos, com apenas 15% das pessoas atuando exclusivamente em casa. Esse número contrasta com São Paulo e Rio de Janeiro, onde 23% e 26% dos trabalhadores, respectivamente, adotam o regime remoto.
O estudo destaca que o modelo presencial predomina em Belo Horizonte, com metade da população local trabalhando nesse formato, superando as demais capitais e a média nacional de 41%. Uma possível explicação é que 31% dos entrevistados na capital mineira começaram seus empregos nos últimos dois anos, um índice superior ao de São Paulo, que lidera em trabalhadores remotos pelo menos um dia por semana.
O especialista em dados Pedro Capetti, do Grupo QuintoAndar, destaca que as oportunidades de trabalho híbridas ou totalmente remotas estão diminuindo, especialmente em Belo Horizonte. Isso pode ser atribuído ao expressivo número de trabalhadores na cidade que retornaram ao trabalho presencial. A pesquisa revela que, na escolha de residência, 63% dos entrevistados em BH consideraram a proximidade do local de trabalho como o principal critério, o maior percentual do país.
Em contrapartida, a proximidade ao transporte público não é prioridade para a maioria, com apenas 20% dos moradores levando isso em consideração. Capetti destaca a importância da proximidade com o trabalho em BH, especialmente diante de desafios no transporte público, como ineficácia, problemas de trânsito e um grande contingente de trabalhadores atuando presencialmente.
Mudança na rotina
De acordo com uma pesquisa, 45% dos trabalhadores remotos ou híbridos em Belo Horizonte considerariam buscar outro emprego se fossem obrigados a retornar totalmente ao trabalho presencial. Além disso, 67% afirmam que precisariam de adaptações significativas em suas rotinas caseiras para trabalhar presencialmente. O analista de marketing, Victor Almeida Soares, de 27 anos, elogia os benefícios do home office, destacando a otimização da rotina diária e a economia de tempo e gastos com deslocamento e alimentação fora de casa.
Ele ressalta a importância de estabelecer uma disciplina própria para equilibrar trabalho e vida pessoal, compartilhando a experiência de criar metas diárias e estabelecer limites de tempo. Victor sugere a criação de um espaço de trabalho separado do quarto para manter a distinção entre momentos de trabalho e descanso. Embora sinta falta das interações presenciais no escritório, ele expressa a preferência por um modelo híbrido, permitindo a liberdade de visitar o escritório de tempos em tempos.
Metodologia da pesquisa
O QuintoAndar e o Imovelweb encomendaram uma pesquisa realizada pela Offerwise por meio de um questionário online, entrevistando 1.914 brasileiros, com 18 anos ou mais, de todas as classes sociais, nas 27 capitais do Brasil. Em Belo Horizonte, 200 pessoas foram ouvidas. A coleta de dados ocorreu entre 31 de agosto e 18 de setembro, apresentando uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um intervalo de confiança de 95%.
Teletrabalho no Brasil, segundo o IBGE
No ano de 2022, aproximadamente 7,4 milhões de brasileiros estavam envolvidos em teletrabalho, conforme revelado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 25 de outubro. Esse levantamento marca a primeira vez que o país realiza uma pesquisa específica sobre o trabalho em home office.
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Informações retiradas de Alexandre Nascimento à O Tempo