No terceiro trimestre, as empresas de construção civil divulgaram seus resultados financeiros, destacando mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), ofertas de ações (follow-ons) e o início do ciclo de cortes na taxa de juros (Selic). Construtoras e incorporadoras de baixa/média renda apresentaram números operacionais melhores com as novas regras do MCMV, incluindo o aumento do teto para financiamento de imóveis.
Apesar do cenário desfavorável no setor imobiliário devido a juros elevados e renda familiar prejudicada, analistas observaram cautela nas construtoras listadas na Bolsa em relação a lançamentos, resultando em vendas líquidas ligeiramente menores.
A recuperação nas vendas foi limitada pela insegurança dos compradores e pela baixa quantidade de lançamentos, com as empresas adotando uma abordagem seletiva para minimizar riscos e priorizar produtos mais certeiros. Essa estratégia também contribuiu para a redução no volume de estoque do segmento.
Construtoras de baixa/média renda com margens melhores
O analista Araujo destaca uma melhora na margem bruta das companhias do segmento de baixa renda, atribuindo isso à entrega de empreendimentos mais antigos nos resultados das empresas. Ele observa que empreendimentos novos, com margens mais saudáveis, estão sendo incorporados, resultando em melhorias nas margens de empresas como MRV, Cury e Direcional.
O analista da Empiricus ressalta uma recuperação relativamente positiva no segmento de baixa/média renda, impulsionada por vendas com números positivos e perspectivas favoráveis em relação ao MCMV. No entanto, ele alerta para o endividamento, especialmente o da MRV, levantando especulações sobre possíveis captações de recursos por parte dessas empresas.
Média/alta renda com resultados mistos
O analista Araujo destaca que as construtoras e incorporadoras voltadas para o segmento de média/alta renda, especialmente aquelas que já mantinham um padrão de excelência acima da média, como a Cyrela (CYRE3), apresentaram indicadores interessantes. A Cyrela registrou melhorias na rentabilidade, uma pequena geração de caixa e recomposição de alguns terrenos, superando as expectativas do mercado.
No entanto, Araujo ressalta que algumas empresas do setor apresentaram resultados mistos, com relatos de elevados distratos. Ele também destaca a influência da base de comparação com o ano anterior, que incluía alguns itens não recorrentes, afetando a rentabilidade. O analista reconhece que o setor ainda é impactado pela queda da taxa Selic, mas alerta que os benefícios no financiamento imobiliário podem demorar a se materializar, mantendo a dinâmica dos resultados um tanto mista.
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Informações retiradas de Flávya Pereira à Money Times