Um recente estudo encomendado pelo Grupo QuintoAndar revelou que a pressão das empresas para um retorno ao trabalho presencial está encontrando resistência por parte de 43% dos trabalhadores remotos, que afirmam que procurariam outro emprego se o home office fosse encerrado em suas atuais organizações. Um dos fatores-chave que influencia essa preferência pelo trabalho remoto é o tempo gasto no deslocamento até o escritório.
Em média, os trabalhadores nas capitais brasileiras gastam cerca de 42 minutos no trânsito, sendo São Paulo a cidade com o recorde de 51 minutos. Nesse cenário, a pesquisa aponta que 50% dos entrevistados em São Paulo buscariam outro emprego se o home office fosse interrompido. O estudo destaca a importância da proximidade da residência com o local de trabalho, o acesso ao transporte público e a rapidez no trajeto como fatores influenciadores na decisão de onde viver, demonstrando o impacto dessa relação casa-trabalho na demanda por imóveis.
Morar perto do trabalho ou trabalhar em casa?
Os dados de uma pesquisa recente indicam que os brasileiros estão buscando um equilíbrio entre morar próximo ao trabalho e ter um espaço adequado para o home office. Para a maioria dos entrevistados, a prioridade é encontrar um local silencioso para trabalhar remotamente, com 70% mencionando esse fator como o mais importante. Em segundo lugar, 69% valorizam moradias espaçosas que permitam a separação entre vida pessoal e trabalho, incluindo um espaço dedicado para o home office.
Além disso, a proximidade com o local de trabalho ainda é relevante, com 66% desejando residir nas proximidades do emprego, e 67% considerando importante estar próximo ao transporte público para facilitar o deslocamento. A pesquisa também destaca que a localização do emprego influenciou a decisão de moradia de 33% dos entrevistados, e cerca de um quarto deles planeja se mudar para estar mais perto do trabalho.
Esses dados refletem a importância do trabalho na escolha do local de residência, com 36% dos entrevistados afirmando que podem se mudar no próximo ano por motivos profissionais. A pesquisa, conduzida pela Offerwise, envolveu 1.914 pessoas de diversas classes sociais, nas 27 capitais do Brasil, e revelou que a maioria dos entrevistados trabalha fora do escritório, com 37% em um formato híbrido de trabalho e 23% em regime totalmente remoto.
Perfil de quem prefere o home office
O levantamento revelou que há uma diferença etária entre os brasileiros que desejam mudar de emprego com o fim do home office. De acordo com a pesquisa, o desejo de evitar o trabalho presencial é mais forte entre pessoas com idades entre 35 e 44 anos, com metade dos entrevistados afirmando que deixaria o emprego se fosse obrigado a comparecer ao escritório todos os dias. Por outro lado, entre os entrevistados de 18 a 24 anos, o percentual é de 39%.
Os especialistas explicam que os indivíduos mais velhos frequentemente têm responsabilidades familiares e compromissos que tornam o trabalho remoto mais atraente, além de contarem com uma maior experiência no mercado de trabalho. Em contrapartida, os mais jovens podem estar mais dispostos a experimentar o ambiente de trabalho presencial, pois estão em uma fase da vida com menos responsabilidades familiares e em busca de oportunidades iniciais em suas carreiras.
No entanto, é interessante observar que a preferência pelo trabalho remoto diminui para 41% na faixa etária entre 44 e 55 anos, e ainda mais, para 37%, entre aqueles com mais de 55 anos. A pesquisa também destacou que a maioria dos brasileiros, ou seja, 54%, prefere trabalhar de casa integralmente ou parcialmente, com 27% preferindo um modelo de trabalho híbrido e outros 27% optando pelo trabalho 100% remoto. Por outro lado, 46% dos entrevistados preferem o trabalho presencial.
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Informações retiradas de Beatriz Quesada à Exame