O Airbnb, desde sua criação em 2007, revolucionou o setor de hospedagem, permitindo que proprietários aluguem seus imóveis para estadias curtas. A empresa cresceu globalmente, com 4 milhões de anfitriões e 1,5 bilhão de hóspedes em 16 anos. No entanto, esse modelo teve efeitos indesejados. O aumento dos preços de aluguéis permanentes em cidades devido à maior lucratividade do aluguel a curto prazo pelo Airbnb causou preocupações. Além disso, a degradação de prédios e bairros com muitas propriedades listadas no Airbnb incomodou moradores.
As autoridades começaram a tomar medidas para regulamentar o setor, como a proibição de aluguéis por menos de um mês em Nova York e restrições sobre o número de hóspedes e a presença do anfitrião durante a estadia. Outras cidades, como Londres e Paris, adotaram medidas semelhantes para desencorajar o uso do Airbnb.
Um estudo revelou que o número de imóveis listados no Airbnb nos EUA aumentou de 200.000 em 2016 para quase 1 milhão em 2023. Como resultado, a oferta de casas para venda caiu pela metade, com 65% mais casas disponíveis para alugar no Airbnb do que listadas para venda em imobiliárias convencionais.
Desafios significativos
O Airbnb enfrenta desafios devido às crescentes restrições impostas por grandes cidades, impactando negativamente sua oferta de locações. Em Nova York, as limitações resultaram em uma queda de 75% nas opções de aluguel no aplicativo. Apesar disso, no segundo trimestre, a empresa surpreendeu com um aumento de 70% no lucro líquido em comparação ao ano anterior. No entanto, esses resultados precederam as restrições em Nova York, um mercado-chave para a empresa.
Brian Chesky, cofundador e presidente do Airbnb, reconhece a necessidade de adaptar a estratégia e considera oferecer experiências adicionais, como passeios guiados e sessões de fotos em pontos turísticos, para os hóspedes. Isso indica uma transição do Airbnb de uma plataforma de hospedagem para algo mais semelhante a uma agência de viagens.
O Airbnb expressa preocupação em relação às restrições de aluguel de temporada em Nova York, afirmando que afetam a economia turística e as comunidades locais que dependem do compartilhamento de casas para sustento. A empresa pretende continuar a colaborar com as comunidades, apesar dos desafios regulatórios em todo o mundo. A situação ressalta a ironia de uma empresa pioneira que precisa recorrer a abordagens tradicionais para garantir sua sobrevivência.
CEO do Airbnb prepara terreno para aluguel de longo prazo
O Airbnb está planejando expandir seus serviços, incluindo a oferta de aluguéis residenciais de longo prazo e uma maior ênfase em oferecer experiências aos clientes como parte de uma reformulação de seu aplicativo. O CEO Brian Chesky revelou que a partir de 2024, a empresa pretende diversificar além de seu negócio principal, destacando que novas mudanças significativas serão implementadas a partir de novembro, marcando a maior atualização já feita na plataforma.
Chesky vê uma “enorme oportunidade” na oferta de aluguéis de até 12 meses, uma vez que apenas 18% das reservas brutas de diárias no segundo trimestre vieram de estadias com mais de 30 dias. Ele acredita que estadias longas de mais de três meses também representam uma oportunidade, uma vez que as pessoas podem trabalhar remotamente e optar por passar mais tempo fora de casa.
Esses planos surgem em um momento em que o Airbnb enfrenta pressões de governos ao redor do mundo, que acusam o aplicativo de impactar a disponibilidade de moradias nas grandes cidades. Recentemente, Nova York impôs regras mais rigorosas para limitar a locação de quartos por meio do Airbnb, o que resultou em uma redução significativa na quantidade de anúncios na cidade.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Pedro Gil à Veja