O aumento dos juros, a dificuldade de obter financiamento imobiliário e a demanda aquecida, combinados com reajustes após a pandemia, têm mantido os preços dos aluguéis em alta nas principais cidades do Brasil. De acordo com uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FipeZap), os aluguéis residenciais aumentaram 0,96% em setembro, acumulando um aumento de 13,26% no ano e 16,16% nos últimos 12 meses, muito acima da taxa de inflação de cerca de 5%.
O alto custo da compra de uma casa devido a juros elevados leva as famílias a procurar aluguéis, mas a oferta não acompanha essa demanda crescente. A alta nos preços dos aluguéis também tem exercido pressão sobre a inflação, já que é um serviço que consome cerca de 30% do orçamento familiar. Além disso, os contratos de aluguel têm reajustes anuais indexados à inflação, o que limita a redução dos juros básicos da economia pelo Banco Central, tornando mais difícil a aquisição de propriedades e aquecendo ainda mais o mercado de aluguéis.
Alta de 20,34% no Rio
O mercado imobiliário no Brasil está passando por um momento de aquecimento, com aumento significativo nos preços de aluguéis em várias capitais do país. No Rio de Janeiro, por exemplo, houve um aumento de 20,34% nos preços de aluguéis nos últimos 12 meses. Esse aumento nos preços está sendo atribuído a um efeito tardio da pandemia, no qual os valores se mantiveram estáveis ou até mesmo caíram por um período e agora estão passando por uma correção.
O mercado aquecido também está impactando o tempo médio de assinatura de contratos de locação. Antes, o processo levava até 30 dias, desde o anúncio até o fechamento do contrato. No entanto, agora a média caiu para 15 dias, e em alguns casos, os imóveis nem chegam a ser anunciados, sendo oferecidos diretamente para clientes cadastrados nas imobiliárias.
Em cidades como Florianópolis e Goiânia, a alta acumulada nos preços de aluguéis já chega a quase 30% até setembro. Nessas cidades, o aumento da renda domiciliar é apontado como o principal fator que está impulsionando o mercado imobiliário de locação.
Reajustes menores
Apesar do aumento nos preços dos novos contratos de aluguel, os inquilinos não têm enfrentado reajustes recentes. O índice de referência, IGP-M, que é crucial para a correção dos contratos de aluguel, registra uma queda de 4,93% no acumulado do ano e de 5,97% nos últimos 12 meses. Essa tendência foi identificada pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) da FGV, que apresentou uma queda de 1,74% em setembro.
O IVAR se diferencia do FipeZap, que monitora os preços anunciados de imóveis, ao analisar as variações nos preços dos imóveis já alugados. Isso indica um cenário em que os inquilinos podem estar se beneficiando da redução da correção dos contratos de aluguel, apesar do aumento dos preços no mercado imobiliário.
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Informações retiradas de Pollyanna Bretas e Mayra Castro à O Globo