O mercado imobiliário de escritórios em Londres, Reino Unido, está enfrentando uma “recessão de aluguel”, com a taxa de espaços vazios atingindo seu nível mais alto em três décadas, de acordo com o banco de investimento Jefferies. A empresa relatou que os espaços vazios no histórico distrito financeiro da cidade representam 10% do total de escritórios, enquanto no West End, no centro de Londres, essa taxa é de 7%, ambas as porcentagens são as mais altas em 30 anos.
Em Canary Wharf, uma área financeira mais recente, a taxa de unidades vagas agora ultrapassa 20%. A última vez que os escritórios de Londres estiveram tão vazios foi em 1993, durante uma recessão econômica no Reino Unido e um colapso no mercado imobiliário. A persistência do trabalho remoto após mais de três anos da pandemia é apontada como a principal causa dessa situação.
Segundo a estimativa da Jefferies, a utilização de escritórios na cidade diminuiu em 20% desde o final de 2019, devido ao crescimento do trabalho remoto e híbrido. Esse declínio levou a um “ponto de inflexão” no mercado de escritórios, onde os aluguéis tendem a começar a cair. Como resultado, a Jefferies rebaixou as ações de quatro grandes promotores imobiliários, incluindo a British Land e a Derwent London.
Os analistas afirmam que, da mesma forma que o varejo foi afetado pela tecnologia, eles acreditam que os escritórios serão os próximos a sofrerem. A redução na utilização dos escritórios tem levado os proprietários a perderem poder de precificação, à medida que os inquilinos se desfazem do espaço excedente. Uma empresa de tecnologia notável que está reduzindo sua presença em escritórios é a Meta, a proprietária do Facebook.
Empacotando
A Meta concordou em pagar 149 milhões de libras (US$181 milhões) para rescindir o contrato de aluguel de um escritório de 310.000 pés quadrados perto do Regent’s Park, em Londres, com a British Land. A empresa de tecnologia continuará a alugar outro prédio próximo. Essa medida da Meta segue a decisão do HSBC de sair de sua sede global em Canary Wharf, optando por um prédio menor mais próximo do centro de Londres. Canary Wharf enfrenta pressão nos aluguéis, com mais bancos, incluindo o UBS e o Credit Suisse, realocando funcionários.
A recessão no mercado imobiliário de escritórios contrasta com o mercado residencial de Londres, onde a demanda é alta e a oferta é baixa. O mercado imobiliário comercial enfrenta incerteza devido à queda dos aluguéis, levantando preocupações sobre o impacto nos desenvolvedores e potencial risco para os bancos que concederam empréstimos a promotores. O aumento anual médio no custo de imóveis residenciais em Londres ultrapassou 17% em agosto, contrastando com a tendência de queda nos escritórios.
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Informações retiradas de Anna Cooban à