Nos últimos três anos, houve um aumento significativo na participação das mulheres no mercado imobiliário, conforme revelado pela Pesquisa Raio-X da Corretora 2023, divulgada pelo DataZAP durante a 10ª edição do Conecta Imobi. O número de mulheres atuando como corretoras de imóveis subiu de 34% no último trimestre de 2019 para 40% no mesmo período do ano passado.
Os motivos que impulsionam a participação das mulheres no mercado imobiliário incluem a busca por melhores condições financeiras e flexibilidade. Cerca de 30% das mulheres entrevistadas afirmaram que a decisão de ingressar nesse setor foi motivada pela perspectiva de comissões e salários atrativos.
Em segundo lugar, com 21%, está a busca por horários flexíveis, seguida pela afinidade com a área (15%) e a busca por autonomia (9%). Esses números indicam que as mulheres estão conquistando um espaço cada vez mais significativo no mercado imobiliário, impulsionadas por suas aspirações profissionais e pela busca por uma melhor qualidade de vida.
A pandemia acelerou mudanças no mercado imobiliário, levando à automação e proporcionando mais flexibilidade na profissão de corretor de imóveis, de acordo com Elisa. A pesquisa revela que o Whatsapp é a ferramenta de trabalho preferida das corretoras, seguida pelo Instagram, anúncios pagos, câmeras de alta qualidade e sites de classificados de imóveis.
Apesar do aumento no número de corretoras, elas tendem a trabalhar mais horas do que a média da profissão, com 24% das mulheres relatando jornadas de trabalho de 49 horas ou mais por semana no 4º trimestre de 2022, em comparação com apenas 13% dos homens. No entanto, a renda média das mulheres ainda é ligeiramente menor.
O estudo também destaca que 70% das corretoras trabalham de forma autônoma, enquanto apenas 30% estão empregadas por empresas e 17% atuam em imobiliárias, mas também como autônomas.
Equilíbrio
A média de idade das mulheres na profissão de corretora é de 51 anos, destacando que cerca de 6 em cada 10 corretoras têm idades entre 40 e 59 anos. Surpreendentemente, 74% das corretoras têm mais de 40 anos, destacando a maturidade profissional nesse campo.
Além de sua atuação como corretoras, a pesquisa revelou que 1 em cada 4 mulheres indicou exercer outra profissão. As mais comuns incluem administração (12%) e advocacia (12%), seguidas de perto por arquitetura (11%) e vendas (5%). Esse perfil multifuncional destaca a versatilidade e a busca por apoio financeiro adicional entre as mulheres corretoras.
No entanto, o cenário não é isento de desafios. A ausência de benefícios como seguro de saúde ou auxílio-creche por parte de muitas empresas corretoras cria um ambiente de instabilidade para as mulheres no setor. A falta de regulamentação também é mencionada como uma preocupação.
Vendedora (13%), aliás, é a profissão anterior mais comum entre as corretoras de imóveis. A ocupação é seguida por Comerciante (11%), Professoras (11%) e Secretárias (7%).
Dificuldades da profissão
apenas 10% delas estão na profissão há menos de um ano, enquanto 40% ingressaram no mercado nos últimos cinco anos. A média de experiência entre as corretoras é de oito anos de atuação.
Entretanto, a principal dificuldade enfrentada por essas profissionais é a conciliação entre vida pessoal e profissional, seguida de perto pelo machismo presente no setor imobiliário e pela disparidade nas oportunidades oferecidas.
O machismo se manifesta de diversas formas, desde a escassa representatividade das mulheres nas empresas até a relutância em abordar o assunto quando elas ocupam cargos de destaque.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Breno Damascena à Estadão