Incorporadoras voltadas ao mercado imobiliário de baixa renda, como Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda, apresentaram aumentos significativos nos lucros durante o segundo trimestre, sustentando uma tendência que se espera prolongar nos próximos meses. Esse progresso se baseou na melhoria da margem bruta, impulsionada pelo aumento nos preços de venda de imóveis no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e pela estabilidade dos custos de construção.
Diversos fatores futuros são previstos para impulsionar ainda mais o poder de compra dentro do programa, o que pode resultar em mais lançamentos, vendas ampliadas, redução de despesas e maiores margens de lucro. Coletivamente, essas cinco incorporadoras alcançaram um lucro líquido total de R$424 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$154 milhões registrado no mesmo período de 2022. A receita líquida também cresceu 14,5%, totalizando R$4,3 bilhões. A margem bruta ajustada média registrou um aumento significativo, passando de 26,9% para 31,6%.
No segundo trimestre, as empresas MRV, Cury e Tenda registraram aumentos significativos nos preços médios de venda de seus apartamentos, refletindo uma tendência de alta no mercado imobiliário. A MRV alcançou um preço médio de R$227 mil, com um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A Cury atingiu um preço médio de R$278,3 mil, representando um crescimento de 16,7%. Enquanto isso, a Tenda registrou um valor médio de R$203 mil no trimestre, com um aumento de 15%.
O mês de julho viu o preço da Tenda subir para R$210 mil devido aos novos incentivos ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Essas empresas preveem que essa tendência de aumento de preços persistirá, o que contribuirá para a recuperação da rentabilidade das empresas. Isso marca um processo de recuperação após a influência negativa dos aumentos nos preços dos materiais de construção, especialmente durante os anos de 2020 e 2021.
No setor imobiliário, as incorporadoras enfrentam um desafio notável: a ausência de correção nos contratos de venda de imóveis devido à transferência dos custos para financiamentos bancários durante a fase de construção. Isto leva a margens reduzidas quando os gastos da obra ultrapassam as estimativas, uma tendência observada em trimestres anteriores. Para superar tal situação, as empresas têm optado por restringir o lançamento de novos empreendimentos e aumentar os preços das vendas futuras. De acordo com analistas, essa abordagem tem se mostrado eficaz.
Expansão de lançamentos e vendas
O mercado imobiliário está em condições altamente favoráveis para uma expansão significativa no curto prazo, de acordo com Fábio Tadeu Araújo, sócio e presidente da consultoria Brain Inteligência Estratégica. Ele prevê um crescimento robusto no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com chances de aumento de mais de 30% nos próximos 12 meses, impulsionado por mudanças governamentais.
Uma dessas mudanças é o aumento do limite de preço das unidades do MCMV para R$350 mil em todo o país, anteriormente restrito a R$264 mil em algumas capitais. Essa elevação permitirá que construtoras elevem os preços de venda, melhorando suas margens. Além disso, o programa reduziu taxas de juros e aumentou os subsídios para compras de moradias, garantindo maior poder de compra para os consumidores.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Estadão