Nos últimos cinco anos, os preços dos imóveis em Lisboa e Porto dobraram, dificultando a aquisição de casas próprias para portugueses e brasileiros residentes. A compra de um apartamento exige uma entrada de €52 mil em Lisboa e €37 mil no Porto, representando um desafio financeiro para jovens casais.
Além disso, as condições desfavoráveis dos empréstimos bancários agravam a situação. O estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos baseia-se em imóveis medianos na freguesia mais econômica em ambas as cidades. Em 2017, os valores eram significativamente menores, sendo €30 mil em Lisboa e €16 mil no Porto.
O mercado imobiliário de Portugal testemunhou um aumento significativo nos preços das casas a partir de 2017, resultando em sérias consequências para a acessibilidade habitacional. A crise afetou particularmente as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde os preços dispararam, levando a uma deterioração no acesso à habitação para jovens e iniciantes de carreira.
A combinação de preços inflacionados e falta de empregos estáveis tornou a aquisição ou aluguel de casas um desafio crescente. A bolha imobiliária gerada pela escalada de preços tornou o mercado acessível principalmente para aqueles com reservas financeiras substanciais ou empregos seguros.
Para os jovens, adquirir ou alugar uma casa agora exige sucesso notável no mercado de trabalho, capacidade de economizar a um ritmo acelerado ou depender de financiamento, muitas vezes de fontes familiares.
A crise imobiliária em Portugal persiste como um desafio complexo, impactando a capacidade do país de atrair imigrantes e reter seus jovens talentos, que estão cada vez mais inclinados a emigrar. Os preços elevados dos imóveis, tanto para compra quanto para aluguel, consomem uma proporção significativa dos salários, ultrapassando o limite considerado acessível para habitação.
O conceito de habitação acessível, definido como despesas habitacionais que não excedem 40% do rendimento, está sendo amplamente violado.
Em contraste com esse padrão de acessibilidade, a situação atual requer que um casal alcance pelo menos o percentil 60 da distribuição de rendimentos em uma determinada área geográfica. Em comparação, em 2017, a habitação acessível era possível para agregados familiares no percentil 40 em Lisboa ou no percentil 20 no Porto.
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Informações retiradas de Gian Amato à Globo