Uma crise imobiliária em curso na China, originada em novembro de 2021 com os calotes sucessivos da Evergrande, está ganhando novo fôlego com o recente anúncio da Country Garden Holdings, uma das principais incorporadoras do país. A empresa propôs um audacioso plano para atrasar o pagamento de uma dívida expressiva, estimada em cerca de US$535 milhões, por um período de três anos.
De acordo com informações do portal Nikkei Asia, a Country Garden planeja se reunir com seus credores na semana seguinte para discutir detalhadamente a proposta apresentada.
A maior construtora residencial do mundo está se preparando para lidar com uma parte significativa de sua dívida, à medida que títulos com vencimento em 2 de setembro se aproximam. A incorporadora, renomada por seus empreendimentos ambiciosos, tem um plano detalhado para enfrentar esse desafio financeiro. De acordo com fontes internas, a estratégia inicial consiste em efetuar pagamentos iniciais no valor de 100 mil yuans (equivalente a aproximadamente US$13,7 milhões) a cada credor.
O tamanho do impacto na China
O setor imobiliário da China, historicamente um motor de crescimento da segunda maior economia mundial, tem sido há muito tempo considerado uma peça fundamental, contribuindo com até 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No entanto, o calote da Evergrande em 2021 gerou ondas de choque nos mercados imobiliários da China, afetando negativamente tanto os proprietários de imóveis quanto o sistema financeiro mais amplo do país.
Além da Country Garden, outro grande ator que enfrenta dificuldades de pagamento é a Zhongrong International Trust Co, uma das principais empresas fiduciárias da China. A incapacidade dessas empresas de cumprir certos pagamentos agravou ainda mais a situação. Complicando o cenário está o fato de que a Zhongrong International Trust Co administra incríveis 785,7 bilhões de yuans (US$107,69 bilhões) em ativos, até o final de 2022.
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Informações retiradas de Renan Sousa à Seu Dinheiro
