O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, está enfrentando uma desafiadora sequência de nove quedas consecutivas, a pior em 25 anos, e ainda não conseguiu se recuperar em agosto. A bolsa tem enfrentado dificuldades para encontrar um ponto de virada positivo. A situação é agravada pela chegada de notícias negativas do exterior, com a China novamente sendo fonte de preocupações para os investidores.
A crise imobiliária na China, que já havia causado impactos no passado, volta a se agravar com a Country Garden, uma das principais construtoras do país, enfrentando sérios problemas financeiros. A empresa, que tem forte presença em cidades de porte médio e pequeno, registrou perdas bilionárias no primeiro semestre e agora enfrenta uma crise de liquidez, relembrando a situação ocorrida com a Evergrande dois anos atrás.
A construtora está buscando prolongar o prazo para o pagamento de uma dívida considerável de US$537 milhões, cujo vencimento está programado para 2 de setembro. Essa medida indica que a empresa está tentando ganhar tempo para reorganizar suas finanças e evitar um possível colapso.
A situação se agravou ainda mais com o anúncio surpreendente da suspensão das negociações de onze de seus títulos nas bolsas de Xangai e Shenzhen. Isso levou a uma queda acentuada de mais de 18% nas ações da empresa durante o pregão, um indicador claro da preocupação dos investidores quanto à saúde financeira da Country Garden.
Compradores de imóveis na China aguardam mais subsídios do governo e queda nos preços
Compradores de imóveis na China estão adotando uma postura cautelosa, antecipando uma potencial queda mais acentuada nos preços das casas. Especialistas do setor imobiliário e economistas indicam que essa atitude está impactando negativamente as vendas de propriedades, levando a uma desaceleração no setor de construção.
A diminuição nas vendas de casas é atribuída à expectativa por parte dos cidadãos chineses de obterem mais subsídios para a compra de imóveis por meio de políticas governamentais locais. Além disso, há a antecipação de cortes nos preços realizados pelas incorporadoras e a esperança de hipotecas com taxas mais vantajosas oferecidas pelos bancos.
Do ponto de vista das incorporadoras, a pressão para aumentar o volume de vendas é evidente, uma vez que a queda nas vendas pode resultar em inadimplência.
No último mês, as 100 principais incorporadoras imobiliárias da China registraram vendas de novos imóveis no valor de US$49 bilhões, marcando a menor cifra mensal em três anos, de acordo com dados da China Real Estate Information, uma fonte de monitoramento da indústria privada.
Especialistas em economia expressam preocupação com a postura de “esperar para ver” adotada pelos compradores de imóveis, pois essa atitude pode ter impactos negativos ao retardar a recuperação do mercado imobiliário e, por consequência, afetar a economia chinesa.
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Informações retiradas de Bruno Carbinatto e Sofia Kercher à VC S/A | Estadão