No cenário argentino atual, apesar do aumento dos preços e da valorização do dólar, muitos estrangeiros estão aproveitando a oportunidade de adquirir imóveis na capital, Buenos Aires. De acordo com a RE/MAX Premium, cerca de 20% das consultas sobre compra de propriedades na cidade são provenientes de estrangeiros.
Entre os interessados, russos lideram o ranking, seguidos por brasileiros, chilenos, uruguaios, americanos e europeus, que têm mostrado interesse em adquirir propriedades em áreas como Recoleta, Palermo e até mesmo em condomínios como Nordelta.
O mercado imobiliário da região está enfrentando uma queda significativa nos preços dos imóveis nos últimos anos. De acordo com Ariel Champanier, CEO do grupo Remax Premiun no país, o preço médio do metro quadrado nos bairros mais nobres da cidade caiu cerca de 50% entre 2018 e o primeiro semestre de 2023, chegando a uma média de US$ 1.800.
O site imobiliário Zonaprop também revelou uma diminuição nos valores dos imóveis em dólar na cidade. Segundo o site, entre junho de 2022 e o mesmo mês de 2023, os preços dos imóveis caíram 5,7%.
Nos dias atuais, a Argentina testemunha um cenário competitivo no setor de aluguéis temporários devido à crescente afluência de turistas estrangeiros ao país. Isso levou a um aumento no número de investidores que adquirem propriedades para alugar através de plataformas como a Airbnb.
O CEO da Remax afirma que é possível adquirir apartamentos bem localizados, com um quarto e uma sala bonitos, por preços entre US$80 mil e US$90 mil, em contraste com os US$130 mil cobrados em 2018 pelo mesmo tipo de propriedade.
No entanto, esse fenômeno está gerando um problema significativo para os argentinos comuns, que não têm acesso a crédito habitacional. Eles estão gradualmente sendo excluídos do mercado imobiliário em seu próprio país. A dificuldade de encontrar aluguéis em pesos é notável, uma vez que a maioria dos proprietários optou por disponibilizar suas propriedades apenas para aluguéis temporários, pagos em dólares.
No mercado imobiliário argentino, a demanda por apartamentos alugados em pesos tem gerado um cenário de rápida colocação no mercado. Devido à escassez de opções para aqueles sem dólares ou euros, essas propriedades conseguem fechar contratos no mesmo dia em que são disponibilizadas.
Luciana Cabanillas, gerente da Abba Cabanillas Imóveis, com sede em Palermo, relata que sua corretora mantém uma lista de espera significativa de pessoas interessadas em alugar em pesos, indicando a pressão sobre o mercado.
Para muitos indivíduos sem alternativas de moedas estrangeiras, essa é uma escolha vital. Um exemplo é um cliente estrangeiro que comprou recentemente um apartamento por cerca de US$300 mil. Esse aposentado americano ficou impressionado com as comodidades oferecidas, como uma ampla varanda e uma piscina no prédio.
A situação atual também reflete o potencial das reformas, já que Cabanillas, que é também arquiteta, realizou melhorias na propriedade do cliente, destacando os negócios positivos que podem ser encontrados em meio às complexidades do mercado imobiliário argentino.
De acordo com Champanier, CEO da Remax, estrangeiros têm mostrado interesse em imóveis na Argentina, principalmente em bairros como Palermo, Recoleta, Belgrano e Villa Devoto, onde os preços dos apartamentos estão em torno de US$100 mil. Durante a pandemia, os valores dos imóveis nessas áreas caíram em média 25%.
No entanto, dados da Mercado Livre Imóveis e da Universidade de San Andrés contradizem essa queda, apontando uma diminuição de 6,2% nos preços dos apartamentos na capital argentina entre maio de 2022 e o mesmo mês deste ano.
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Informações retiradas de Janaína Figueiredo à Globo