Na última quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) surpreendeu o mercado ao anunciar uma redução na taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 13,25% ao ano, marcando a primeira queda em quase três anos. A decisão despertou otimismo tanto no mercado financeiro quanto no setor imobiliário.
Especialistas acreditam que essa diminuição, além de representar um marco inicial, sinaliza possíveis futuras reduções pela própria entidade, o que poderia impactar positivamente o mercado de imóveis. Larissa Gonçalves, economista do DataZAP+, destacou que essa perspectiva de quedas adicionais da Selic poderia proporcionar condições financeiras mais favoráveis para famílias brasileiras realizarem o sonho da aquisição de uma propriedade.
A taxa Selic está sendo utilizada como base para definir as taxas de juros em empréstimos imobiliários, o que pode tornar as linhas de crédito mais acessíveis e potencialmente reduzir as prestações de imóveis. Embora não se espere uma queda imediata nas taxas, especialistas como Armando Botelho, diretor comercial da fintech Creditú, acreditam que a perspectiva é positiva. O otimismo é embasado na projeção do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, sugerindo que a taxa Selic possa atingir 12% até o final do ano.
Segundo Botelho, especialista do setor imobiliário, o mercado de incorporadoras está prestes a entrar em um ciclo positivo. Ele acredita que o movimento de redução das taxas de juros vai incentivar as empresas a realizarem novos lançamentos, uma vez que a demanda por crédito será favorecida.
Com as taxas mais baixas, os clientes terão maior facilidade em adquirir imóveis de diferentes faixas de renda, o que impulsionará o setor como um todo. Essa previsão se baseia na dependência das incorporadoras em relação à taxa de juros para atender seus clientes e viabilizar a compra de imóveis através de financiamentos.
Fundos imobiliários
A redução da taxa Selic tem causado repercussões no mercado de investimentos, especialmente nos fundos imobiliários (FIIs). De acordo com especialistas, o processo de queda da Selic já estava influenciando os preços dos FIIs antes mesmo do anúncio oficial pelo Copom. A expectativa em torno dessa mudança tem gerado oscilações na curva de juros, afetando os valores dos fundos.
Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, aponta que a queda da Selic torna os FIIs mais atraentes em relação a opções tradicionais como renda fixa e tesouro direto, especialmente no curto prazo. Além disso, a diminuição dos custos de crédito deve impulsionar a qualidade dos fundos, especialmente aqueles que operam com endividamento, recebíveis e locação para empresas.
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Informações retiradas de Breno Damascena à Estadão