O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passa de 13,75% para 13.25% ao ano. Essa decisão divergiu das previsões da maioria dos economistas de bancos e casas de análise no Brasil, que esperavam a manutenção da taxa. Por outro lado, a medida atende às expectativas do governo e de muitos investidores, conforme refletido nos preços dos ativos nas últimas semanas.
O Copom justificou a medida citando a melhora no cenário inflacionário, influenciada em parte pela política monetária passada, e a diminuição das expectativas de inflação para prazos mais longos após uma recente decisão do Conselho Monetário Nacional sobre a meta de inflação.
No mais recente dado de inflação, o IPCA-15 de julho, uma surpreendente deflação foi observada, com os preços caindo mais do que o esperado pelo mercado. Isso foi impulsionado principalmente pela desaceleração dos preços de serviços, especialmente acompanhados pelo Banco Central (BC). Essa tendência influenciou o colegiado a tomar uma postura mais agressiva ao cortar as taxas de juros.
Outro aspecto crucial para o BC é a expectativa de inflação para 2024, que é o foco central de sua política de juros. Essas expectativas diminuíram consideravelmente nos últimos dois meses, de 4,13% para 3,89% ao ano. Embora essa redução esteja associada a uma diminuição do risco-Brasil, as expectativas ainda permanecem mais próximas do limite superior de 4,5% ao ano, em comparação com a meta de 3%. Essa mudança tem contribuído para um relaxamento mais amplo na política monetária.
Desde 2022, a taxa Selic tem permanecido em níveis acima de 10%, abandonando seu patamar mais baixo em 2017. Esta taxa estava em 13,75% em dezembro de 2016. Uma Selic elevada resulta em empréstimos e financiamentos mais custosos, o que desencoraja o consumo e contribui para conter a demanda e a inflação.
Além disso, essa medida afeta o mercado financeiro, diminuindo o atrativo da renda variável em relação à renda fixa localmente, e tornando a renda fixa brasileira mais atraente internacionalmente, potencialmente atraindo dólares e controlando o câmbio para combater a inflação.
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Informações retiradas de Gustavo Ferreira à Valor Investe