Embora Leblon e Ipanema sejam os bairros com os imóveis mais caros do Rio, quando se trata de vendas de imóveis residenciais aumenta em bairros tradicionais do RJ, Copacabana e Botafogo lideram na Zona Sul, de acordo com dados do Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Sindicato da Habitação (Secovi Rio) e da ASB Soluções Imobiliárias, que utilizaram a base de dados do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) da prefeitura. Na Zona Norte, a Tijuca é a região com maior destaque nas vendas.
A Barra continua no topo: foram 1.768 apartamentos e casas negociados, no primeiro semestre deste ano. Contudo, Copacabana vem logo em seguida, com 1.342 vendas de janeiro a junho de 2023, um crescimento de 120,7% em relação a igual período de 2018, maior do que na Barra (75,9%), segundo o Secovi Rio. Na Tijuca, foram 822 vendas, e em Botafogo, 784. Números bem superiores aos de Ipanema (422) e Leblon (376).
Segundo Leonardo Schneider, Vice-presidente do Secovi Rio, o mercado imobiliário no Rio de Janeiro apresentou mudanças significativas durante e após a pandemia. Durante o período pandêmico, muitas pessoas buscaram a região da Barra em busca de espaços amplos e empreendimentos mais novos. No entanto, no pós-pandemia, bairros tradicionais passaram a atrair compradores, especialmente casais jovens e famílias com filhos que desejam estar próximos de escolas e estações de metrô.
Valor de metro quadrado
A ASB (Associação de Software Brasileiro) desenvolveu o aplicativo RioM², que oferece o cálculo gratuito do preço médio do metro quadrado por rua no Rio de Janeiro. O aplicativo revelou uma grande discrepância nos valores imobiliários da cidade. Por exemplo, comprar um apartamento na Avenida Delfim Moreira, o logradouro mais caro, custa em média R$38 mil o metro quadrado, considerando o período de 2018 a 2022.
Em contraste, adquirir um imóvel na Rua Pereira da Rocha, localizada em Ricardo de Albuquerque, sai por apenas R$244 o metro quadrado. Essa diferença impressionante de preços, calculada com base em transações formais que pagaram ITBI, chega a ser quase 156 vezes maior entre essas duas localidades.
A Associação dos Síndicos do Brasil (ASB) revelou dados sobre o mercado imobiliário no Rio de Janeiro em 2023. O metro quadrado residencial médio do Leblon atingiu R$19.536, enquanto em outras regiões como Botafogo caiu para R$9.729, Copacabana para R$9.365 e Tijuca para R$5.440. No entanto, esses valores variam de acordo com diferentes fatores, como a localização do imóvel e o andar em que se encontra.
Impactos do Reviver
O programa “Reviver” mostrou seu impacto positivo na ocupação residencial e comercial da região central e portuária do Rio de Janeiro, segundo dados divulgados pelo Secovi Rio. O número de apartamentos vendidos na Zona Portuária cresceu exponencialmente, aumentando de 12 para 455 vendas no primeiro semestre de 2018 para o mesmo período em 2023 (um aumento de 3.692%). No Centro, o crescimento foi de 105,7%, com as vendas de imóveis subindo de 193 para 397.
A revitalização também impulsionou as vendas na área comercial. No primeiro semestre de 2023, dos 3.042 imóveis negociados no Rio, 523 foram vendidos no Centro, um aumento de 44,5% em relação ao mesmo período de 2018. Esse número superou até mesmo a quantidade de imóveis vendidos na Barra (494 unidades).
No entanto, nem todas as regiões tiveram o mesmo desempenho positivo. Tijuca e Copacabana tiveram um declínio nas vendas comerciais, com uma diminuição de 21,2% e 9,3%, respectivamente, em comparação com o primeiro semestre de 2018. No Leblon, a situação foi ainda pior, com as vendas de negócios caindo significativamente, atingindo uma queda de 51,4%.
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Informações retiradas de Exame