Investidores estrangeiros russos procuram imóveis de luxo no Rio de Janeiro, devido à vantagem cambial, alta taxa de juros e dificuldades de financiamento no Brasil. Essa busca é motivada também em função do clima hostil da Europa, motivada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
No Rio de Janeiro, essa procura concentra-se em regiões em imóveis de alto padrão localizados na orla da cidade e em bairros tradicionalmente caros, como Leblon, Ipanema, São Conrado, Copacabana e Joá, na Zona Sul, além de regiões na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Qual é o perfil dos clientes imobiliários russos?
Os clientes russos têm preferência por apartamentos modernos, com infraestrutura adequada e segurança. Eles são conhecidos por serem reservados e difíceis de entender, pois não demonstram muitas reações durante as visitas aos imóveis, mantendo uma expressão neutra, como uma “poker face”. No entanto, uma vez que uma relação de confiança é estabelecida, eles são bons negociadores e podem se tornar clientes leais.
Dados sobre investimento estrangeiro no país
Em relação ao estado do Rio de Janeiro, a WhereInRio, que lida com imóveis de até R$100 milhões, observou um aumento de 35% na procura de investimentos estrangeiros no primeiro semestre do ano. Os principais investidores estrangeiros nesse mercado são americanos (35%) e europeus (25%), com os europeus sendo maioria no setor de compra e venda (40%). Surpreendentemente, os russos representam 15% dos aluguéis e 5% das vendas.
João Paulo Salgueiro, do Invexo, revelou um aumento de 23% nas vendas em comparação com o semestre anterior, com clientes principalmente americanos, europeus e russos. Por sua vez, o corretor Henrique Martins destacou que já alcançou no primeiro semestre de 2023 o mesmo Valor Geral de Vendas (VGV) do ano passado inteiro.
Ele aponta um aumento de 15% na procura por investidores estrangeiros neste ano, com russos buscando locações de imóveis de alto padrão, especialmente famílias com crianças pequenas que buscam fugir dos conflitos de guerra em sua região. Os russos interessados têm dinheiro investido em outros países e trabalham em home office, não sendo afetados pela função geográfica de seu trabalho.
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Informações retiradas de Júlia Cople à Globo
