Nos últimos dois anos, o sonho da casa própria tem se tornado mais difícil para muitos brasileiros. O aumento nos preços dos imóveis, aliado aos juros altos, tem tornando as parcelas dos financiamentos imobiliários mais caras, dificultando o acesso à moradia em 2023. Além disso, o estoque da poupança, principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, tem diminuído, e as famílias estão enfrentando altos níveis de endividamento.
De acordo com dados da fintech Melhortaxa, as taxas de juros do crédito imobiliário têm subido de forma mais moderada em comparação com a taxa de juros de referência, a Selic. No entanto, desde fevereiro de 2023, essas taxas já alcançaram uma média de dois dígitos. Em maio, a taxa média de financiamento atingiu 10,07% ao ano.
O aumento da taxa básica de juros (Selic) no Brasil está impactando a concessão de crédito imobiliário, dificultando a realização de contratos de financiamento. Uma das regras para a concessão desse tipo de crédito é que as parcelas não ultrapassem 30% da renda bruta da família.
Em 2021, uma família precisava ter uma renda mensal de R$ 20.960 para financiar um imóvel no valor de R$ 750 mil, considerando a taxa de juros da época, que estava em 6,25% ao ano. Porém, com a Selic atualmente em 13,75% ao ano, essa mesma família precisaria ter uma renda de pelo menos R$ 22,5 mil para obter o financiamento para o mesmo imóvel.
A simulação feita pela empresa Melhortaxa também incluiu outras faixas de preços de imóveis, sendo a mais baixa no valor de R$ 500 mil. Nesse caso, as primeiras prestações ficariam em torno de R$ 4.507,05.
O aumento da taxa básica de juros (Selic) no Brasil está impactando a concessão de crédito imobiliário, dificultando a realização de contratos de financiamento. Uma das regras para a concessão desse tipo de crédito é que as parcelas não ultrapassem 30% da renda bruta da família.
Em 2021, uma família precisava ter uma renda mensal de R$ 20.960 para financiar um imóvel no valor de R$ 750 mil, considerando a taxa de juros da época, que estava em 6,25% ao ano. Porém, com a Selic atualmente em 13,75% ao ano, essa mesma família precisaria ter uma renda de pelo menos R$ 22,5 mil para obter o financiamento para o mesmo imóvel.
A simulação feita pela empresa Melhortaxa também incluiu outras faixas de preços de imóveis, sendo a mais baixa no valor de R$ 500 mil. Nesse caso, as primeiras prestações ficariam em torno de R$ 4.507,05.
Com a diminuição dos recursos disponíveis na poupança, os bancos enfrentam o desafio de selecionar cuidadosamente para quem destinam esses recursos, que possuem um custo de captação mais baixo. Enquanto a poupança é considerada pouco vantajosa para os investidores, com uma remuneração de cerca de 0,5% ao mês, para os bancos ela se torna um bom negócio, permitindo que eles paguem menos pelos recursos que emprestam a juros mais baixos, como no caso do crédito imobiliário.
O acesso ao crédito tornou-se mais difícil para clientes que antes eram facilmente aprovados. Um exemplo disso é o setor imobiliário, onde pessoas que anteriormente tinham acesso ao crédito agora enfrentam dificuldades. Para contornar essa situação, empresas como a corretora RE/MAX Brasil estão contratando correspondentes bancários para auxiliar na obtenção de crédito e facilitar o fechamento de contratos de financiamento. No entanto, alguns dos principais bancos passaram a restringir uma parcela significativa de seu capital apenas aos seus próprios correntistas de alta renda.
Em resumo, os principais motivos que dificultam o financiamento hoje são:
- Saldo da poupança encolhendo: redução nos recursos usados para financiar o crédito imobiliário
- Aumento no preço dos imóveis
- Juros altos que tornam as parcelas altas demais
- Ambiente com alto endividamento das famílias
Vale a pena comprar imóvel agora?
O mercado imobiliário está enfrentando altos preços e taxas de juros. Muitas pessoas que precisam de financiamento, mas não têm pressa em comprar um imóvel, optam por adiar a compra para outro momento. No entanto, o mercado continua aquecido devido às vendas à vista, e os preços estão altos devido a fatores como a inflação na construção civil.
Embora os preços dos imóveis possam subir quando as taxas de juros começarem a cair, atualmente não há indicações de que os preços diminuirão de forma significativa. Apesar das dificuldades na aprovação de crédito, especialistas sugerem que aqueles que estão prontos para comprar uma casa aproveitem a oportunidade e solicitem a aprovação de crédito agora, especialmente considerando a perspectiva de controle da inflação pelo Banco Central e a possível redução da taxa Selic para impulsionar o crescimento do mercado imobiliário.
Julien Desvergnes, da Melhortaxa, argumenta que, embora os preços dos imóveis possam se beneficiar da queda dos juros, é incerto se essa queda terá um impacto significativo. Portanto, para aqueles que desejam realizar o sonho da casa própria, a recomendação é aproveitar a oportunidade atual e se antecipar solicitando a aprovação de crédito.
De acordo com Peixoto, da RE/MAX, há uma diferença de cerca de 30% entre o preço anunciado e aquele da venda firmada em contrato. Esse tipo de desconto ocorre justamente no contexto de dificuldades de conseguir crédito, somado a uma certa pressa de alguns proprietários de vender.
“Às vezes têm diferenças de 35% do valor original. O que ocorre muito é um equívoco do vendedor, que dá um preço acima para dar um desconto. Mas um preço não correlacionado com a realidade afugenta os verdadeiros interessados, que acabam nem indo visitar o imóvel”, afirma o executivo.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Isabel Filgueiras à Valor Investe