A China enfrenta um grande desafio econômico, pois o montante de dívida das incorporadoras imobiliárias em risco de inadimplência equivale a 12% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Isso representa um fardo significativo que pode impactar o crescimento da segunda maior economia mundial nos próximos anos, de acordo com a Bloomberg Economics.
Uma análise de 186 incorporadoras de capital aberto revelou que aproximadamente 48% do total de dívidas pertence a empresas que já deixaram de pagar títulos durante a crise imobiliária dos últimos dois anos ou estão correndo um risco “significativo” de não cumprir com seus pagamentos, conforme aponta o estudo.
De acordo com um relatório da Bloomberg Economics, as incorporadoras imobiliárias chinesas enfrentam um risco significativo de inadimplência, com cerca de 13,6 trilhões de yuans (US$ 2 trilhões) em dívidas em risco. Isso representa aproximadamente 11,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. A dívida total do setor imobiliário chinês atingiu 28,1 trilhões de yuans (US$ 4 trilhões) no final do ano passado.
O relatório destaca que essa situação representa uma ameaça à estabilidade financeira do país, já que o peso dessas dívidas pode prejudicar o crescimento econômico por vários anos. As empresas do setor terão que alocar recursos consideráveis para reequilibrar seus balanços, o que pode limitar os investimentos em outros setores da economia.
Dívida maior que o esperado
De acordo com o relatório, o volume de dívida em risco na China pode ser ainda maior do que se pensava inicialmente. Isso se deve ao fato de que as empresas de capital fechado podem estar enfrentando uma situação financeira ainda pior do que as empresas de capital aberto. O relatório destaca preocupações profundas em relação ao mercado imobiliário chinês, que está lutando para se recuperar de uma queda histórica que durou cerca de 18 meses.
O investimento imobiliário está em declínio, a valorização dos imóveis perdeu força em abril e as compras de moradias durante o feriado do Dia do Trabalho em maio ficaram abaixo dos níveis pré-pandemia. Além disso, os consumidores estão reduzindo a obtenção de financiamentos imobiliários. Esses sinais indicam um cenário preocupante para o setor imobiliário chinês e podem ter consequências mais amplas para a economia do país.
O setor imobiliário responde por cerca de 20% do PIB chinês, é era um dos principais motores do crescimento econômico. Seu desempenho fraco tem prejudicado a recuperação econômica e a demanda por commodities como minério de ferro e cobre.
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Informações retiradas de Bloomberg à Valor Econômico