O mercado imobiliário de Salvador tem apostado em imóveis compactos, como os Studios, que representaram 27% dos lançamentos imobiliários na capital em 2022, de acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).
Esse tipo de moradia tem superado até mesmo os apartamentos de alto luxo, que representaram apenas 12% dos lançamentos. O presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha, destaca que a liderança dos Studios deve permanecer na cidade.
“No ano passado, tivemos um crescimento de 40% nos imóveis compactos e eles devem permanecer em ascensão este ano. Isso se deve ao perfil da nossa cidade, que traz elementos que atraem o investidor que compra imóveis como forma de renda e reflete o público que quer morar de forma inteligente, em uma boa localização e sem excessos”, avalia Cunha.
Quem atesta isso é a corretora Jamile Alcântara, que trabalha com Studios e aponta o sucesso desse tipo de empreedimento nas vendas. “Isso começa em 2018, com lançamento de um compacto em Itapuã. Em sequência, foram sendo lançados outros. No começo de 2020, um lançamento de 184 unidades, no Costa Azul, foi vendido em menos de três meses”, diz.
A partir daí, no início da pandemia, as construtoras começaram a investir nos Studios, fazendo chegar ao cinco mil lançamentos do último ano. Jamile aponta que, na época, o valor médio do m² era de R$7 mil. Hoje, com o sucesso do modelo, a Ademi informa que a média oscila entre R$10 e R$12 mil, a depender da localização. Mesmo com a alta, não falta comprador.
Perfil de quem compra
Há uma diversidade no tipo de compradores dos Studios. Jamile Alcântara, no entanto, aponta para três principais. O primeiro é o investidor, caso Fernanda. Ela não escolheu um Studio no Jardim Armação à toa e sim pela facilidade de executar a principal função que pensa para o apto: o aluguel para estadias.
“Imóveis assim vêm sendo bastante procurados para estadias curtas. Comprei próximo ao Centro de Convenções, já pensando na procura de locações rápidas, locações para pessoas que chegam em Salvador a trabalho ou eventos”, fala.
Jamile explica que investidores como Fernanda são a maioria entre os interessados nos Studios. “Geralmente, são mais pessoas interessadas em fazer locação mesmo. Investem não para aluguel fixo, mas aquele de temporada em que conseguem aumentar o lucro mensal. Esses imóveis, por ter similaridade com quarto de hotel, se encaixam muito bem em plataformas desse serviço”, explica.
O segundo perfil de comprador é de pessoas que estão na primeira moradia e não têm condição de comprar um apartamento mais caro, mas querem aproveitar de regiões privilegiadas. Os Studios, de forma geral, ficam em zonas mais valorizadas. No caso de Salvador, os mais disputados estão na Barra.
O terceiro tipo de comprador mais comum apontado por Jamile é aquele que compra para ter na casa um abrigo para outra pessoa. “Geralmente, são clientes do interior que compram o lugar para o filho, que vem estudar ou trabalhar aqui, morar. Eles compram porque é um empreendimento que faz sentido para quem não necessita de muito espaço e precisa morar em locais que facilitem a adaptação”, explica ela.
Dentro de um contexto de diversidade entre os possíveis interessados, de acordo com a Ademi-BA, essa modalidade imobiliária vem sendo a mais procurada para investimento, com ticket médio de R$355 mil por unidade.
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Informações retiradas do Correio 24hrs