Howard Marks, gestor da Oaktree Capital, alertou que o mercado imobiliário comercial dos Estados Unidos pode enfrentar uma onda de calotes envolvendo hipotecas de lajes comerciais, especialmente após a crise envolvendo bancos americanos como o Silicon Valley Bank e o Signature Bank no mês passado. Marks aponta que cerca de 40% dos empréstimos do setor imobiliário comercial dos Estados Unidos vão precisar ser renovados até o fim de 2025, o que aumenta a possibilidade de inadimplência. A situação tem gerado preocupações entre os bancos americanos.
O aumento das taxas de juros e a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos podem afetar o mercado imobiliário no próximo ano, tornando os bancos mais seletivos na concessão de crédito e afetando os preços dos aluguéis e a ocupação de imóveis. Além disso, mudanças no esquema de trabalho das empresas devido à pandemia podem ameaçar o modelo de negócios dos proprietários de lajes corporativas. É o que afirma o gestor Howard Marks.
“Embora os trabalhadores possam passar mais tempo no escritório no futuro, ninguém sabe quais níveis de ocupação os credores vão levar em conta em seus cálculos de refinanciamento”, pondera o executivo.
Segundo um estudo do Bank of America, um banco grande tem, em média, 50% do seu capital de risco em empréstimos voltados para o CRE (real estate comercial), enquanto um banco menor pode chegar a 167%. Marks afirma que é provável que ocorram calotes em empréstimos hipotecários no CRE, mas que isso não significa perdas para as instituições financeiras.
“A inadimplência de hipotecas, geralmente, não sinaliza o fim da história, mas sim o início das negociações entre credores e proprietários. Em muitos casos, o resultado, provavelmente, será a extensão do empréstimo em outros termos”, observa o gestor.
Marks, porém, admite que uma situação como essa poderia assustar ainda mais os credores e contribuir ainda para uma sensação de aumento do risco no País.
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Informações retiradas do Info Money