A arquitetura paramétrica é um ramo que utiliza algoritmos para definir parâmetros de projetos e gerar soluções arquitetônicas. O design paramétrico adiciona dimensões e informações específicas para a funcionalidade de um projeto, como estruturas, materiais de construção, ruídos e questões climáticas.
Segundo a arquiteta do ARQTAB, Audrey Carolini, e a arquiteta da Matú Arquitetura, Bruna Marchiori, esses parâmetros são pré-definidos antes do início do projeto e podem estar relacionados com estruturas, materiais de construção, ruídos e questões climáticas, como a rota dos ventos.
Como a arquitetura paramétrica é usada?
Todos os dados coletados a partir da tecnologia são processados em um computador e, a partir disso, são transformados em maquetes e desenhos, como destaca o arquiteto Márcio Monteiro.
Ele explica que a arquitetura paramétrica costuma ser feita com o uso de programas BIM (Modelagem de Informações da Construção, em português) que captam as informações do projeto e as apresentam em peças gráficas ou volumétricas, seja automaticamente, seja com outras ferramentas usadas pelo arquiteto.
Outros meios são os softwares de modelagem 3D, como indicam Audrey e Bruna. O Rhinoceros ou Grasshopper são dois exemplos que geram formas através de algoritmos e cálculos de variáveis.
Objetivo da arquitetura paramétrica
“Ela resolve de maneira ágil as soluções ousadas e difíceis de alcançar manualmente, ou por desenho, das confecções de formas e curvas em edifícios complexos”, aponta Márcio, sobre o objetivo dessa linguagem arquitetônica.
Conforme Audrey e Bruna, essa técnica consegue encurtar processos e os profissionais podem ter uma visão mais ampla de todo o procedimento. Dessa forma, é possível prever problemas de execução ou visualizar potencialidades no projeto.
Para Márcio, essa técnica “liberta o arquiteto para criar peças antes impossíveis, impensadas, de maneira mais rápida, segura, completa e com menor custo”.
Existem desvantagens?
Em conjunto com a tecnologia, a arquitetura paramétrica possibilita muitos benefícios ao desenvolvimento de um projeto. Por outro lado, Audrey e Bruna lembram que a complexidade dessa linguagem é maior, pois envolve diferentes áreas de conhecimento. Isso resulta em um estudo mais aprofundado pelas equipes responsáveis.
Ainda, elas ressaltam que o investimento inicial dessas estruturas pode ter um custo maior. Porém, dependendo da proposta do design, é possível um retorno futuro, como fachadas construídas para economizar energia.
Escritórios que já usaram a técnica
Diversos escritórios internacionais auxiliaram na difusão da arquitetura paramétrica, como: Zaha Hadid; Frank Gehry; Herzog & de Meuron; e Jean Nouvel. No Brasil, alguns projetos incluem assinaturas dos Estudio Guto Requena; SUBdV; e Vapor Arquitetura.
Casa de ópera e de espetáculos, estádio, museu, fachadas e forros acústicos estão entre as estruturas criadas com essa linguagem.
Para Márcio, essa técnica revela “um mundo de possibilidades para o desenvolvimento de edifícios que dialoguem com as características geográficas, culturais, climáticas das diferentes regiões, participando da criação de uma nova identidade visual arquitetônica e urbanística”.
Já Audrey e Bruna complementam que esse método deve ser mais debatido no Brasil, para estimular a criatividade de profissionais e sinalizar ao mercado o interesse em novas maneiras de projetar e construir.
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Informações retiradas do Casa e Jardim