O custo do aluguel no Brasil está subindo mais rapidamente do que a inflação e os salários. Nos últimos 12 meses, o reajuste médio dos contratos foi de 10%, em comparação com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), que acumulam alta de 5,8% e 3,8%, respectivamente, no mesmo período.
Especialistas afirmam que a retomada da demanda por imóveis alugados é a principal razão para o descolamento entre o aumento dos valores dos aluguéis e a inflação e a correção salarial.
A melhora no mercado de trabalho e a volta ao trabalho presencial incentivaram a busca por apartamentos e casas em localizações estratégicas, enquanto o aumento da taxa básica de juros encareceu o crédito imobiliário e empurrou muitas famílias para o mercado de locação. Isso dificultou o processo de compra de imóveis e aumentou em 30% a renda mínima necessária para financiar um imóvel de valor médio.
Variação da inflação do aluguel nos 12 meses até janeiro
“Eventualmente, pessoas que estavam planejando comprar um imóvel podem ter decidido continuar no aluguel. Contudo, dados mostram que os ajustes acima da inflação estão mais relacionados às adaptações no pós-pandemia e à própria recuperação da atividade econômica”, afirma Vinicius Oike, economista da plataforma QuintoAndar.
Índices vs Vida Real
Os reajustes em contratos de aluguel estão superando os índices de inflação, como o IPCA e o IGP-M, na vida real. Isso pode ser explicado pelo fato de que índices como o Ivar e o Índice de Aluguel do QuintoAndar consideram não apenas os reajustes contratuais, mas também as correções dos aluguéis que ocorrem quando um inquilino sai e outro entra.
“Durante a pandemia, quando os índices de inflação dispararam, proprietários acabaram concordando em reajustar abaixo dos indicadores para manter os imóveis locados. Agora, em situação de aumento de demanda, o poder de barganha troca de mãos”, explica Oike, do QuintoAndar.
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Informações retiradas da Metrópoles