O Brasil possui cerca de 3,5 mil construções certificadas ou em processo de certificação com selo verde, que atestam a sustentabilidade dos projetos e ajudam a atrair investimentos, valorizar o imóvel e reduzir custos para os moradores.
Embora o número seja pequeno em relação ao total de obras no país, o interesse por construções sustentáveis tem crescido anualmente desde que o ESG se tornou um requisito para empresas e investidores. As construtoras e incorporadoras brasileiras estão focando em imóveis comerciais de alto padrão e, mais recentemente, em residenciais, incluindo um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida com selo verde no Paraná.
O Idea Bagé, em Porto Alegre, é um edifício residencial de médio/alto padrão que recebeu a certificação máxima do Green Building Council (GBC Brasil) em economia de água e energia, uso de materiais sustentáveis, conforto dos ocupantes, impactos na sociedade e eficiência. A entidade emitiu 139 certificados em 2022, um aumento de 41% em relação a 2021. Entre as soluções adotadas no Idea Bagé estão painéis fotovoltaicos, sistema de aquecimento de água por energia solar, coleta de água da chuva e amplas janelas e portas de vidro que proporcionam claridade e proteção solar.
“O sistema produz três vezes mais energia do que o condomínio precisa, e o excedente é redistribuído para os apartamentos”, informa o engenheiro Mauro Touguinha, da incorporadora Capitânia. Só em condomínio há uma economia anual de R$10 mil. A fachada, feita com material autolimpante durante as chuvas, evita gastos de R$100 mil em lavagem.
Desde seu lançamento, o edifício Idea Bagé vendeu 12 de seus 14 apartamentos por cerca de R$1,4 milhão cada, preço similar ao de outros edifícios convencionais da região, mas com um custo de projeto 6% superior. A empresa responsável pelo edifício pretende lançar mais dois prédios sustentáveis no mesmo formato. Os certificados são fornecidos por organizações credenciadas, acompanhados por consultorias especializadas, e os custos para obtenção do selo e consultoria podem variar de R$100 mil a R$200 mil.
A GBC Brasil contabiliza 2.131 certificados e registros desde 2007, quando iniciou atuação no local. Somente com o selo Leed, subdividido em Platinum, Gold e Silver, o GBC Brasil conta com 1.908 projetos. Esse número coloca o Brasil em quinto lugar no ranking internacional da entidade avaliado em 186 países. À frente, e bem distante dos demais países, estão EUA (com 76,7 mil selos), China (8,1 mil), Canadá (7,5 mil) e Índia (4,2 mil). O GBC também concede as certificações nacionais Casa&condomínio, Life e Zero Energia.
O presidente do conselho do GBC, Raul Penteado, afirma que a procura pelo certificado já vinha crescendo, “Foi acelerada com a pandemia, que levou as pessoas a pensarem na necessidade de morar melhor”. Ele avalia que ampliar esse movimento para projetos populares é um desafio. “Muitas vezes é preciso aceitar pagar um pouco a mais na compra, por exemplo, sabendo que depois vai economizar no resto da vida.”
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Informações retiradas do Terra