O mercado imobiliário brasileiro apresentou queda no número de lançamentos e vendas de unidades residenciais em 2022, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º trimestre de 2022, realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional) e a Brain Inteligência Estratégica, revelou uma redução de 8,6% nos lançamentos e de 3,2% nas vendas em comparação com o ano anterior. O levantamento foi realizado em 207 cidades de todas as regiões do país.
“Depois de cinco anos de crescimento contínuo, tivemos um ano de estabilidade e que agora já mostra uma queda de mercado. Isso é perigoso para o país em relação ao emprego porque a venda de hoje é o emprego de amanhã”, apontou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
O estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) indica que a queda nas vendas e lançamentos de unidades residenciais em 2022 no mercado imobiliário brasileiro é reflexo da redução nos lançamentos e nas vendas do programa Casa Verde e Amarela, atual Minha Casa, Minha Vida. As mudanças anunciadas no programa em julho e agosto de 2022 contribuíram para o aumento nos lançamentos, permitindo um crescimento de 22,1% no quarto trimestre de 2022 ante ao terceiro trimestre do mesmo ano. O levantamento foi realizado em 207 cidades de todas as regiões do país.
O CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Araújo, empresa responsável pela pesquisa, afirmou que mesmo que os lançamentos tenham aumentado no quarto trimestre, houve uma queda forte. “O último trimestre foi melhor, mas foi pior do que qualquer trimestre de 2021 e de 2020. Essa é a faixa que mais precisa e que responde rápido aos ajustes que façam caber no bolso do consumidor”, avaliou.
Enquanto não houver maiores avanços para fomentar o financiamento via FGTS, o mercado imobiliário brasileiro deve se manter estável ou apresentar queda nos financiamentos por meio do fundo, de acordo com especialistas.
A baixa atratividade da caderneta de poupança como investimento também reduz os recursos de financiamento, e os bancos estão se tornando mais seletivos e as taxas de juros estão em viés de alta. O presidente da CBIC alertou que o crescimento do mercado em 2023 depende da agilidade do governo em fazer ajustes, e que medidas adequadas precisam ser tomadas de imediato.
“Se demorarem até julho e agosto para definirem condições para se adequar o produto, provavelmente teremos um ano com redução de lançamentos e vendas. Estamos dependendo mais da reação do governo do que a do próprio mercado”, considerou o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci. “É preciso colocar o Minha Casa, Minha Vida de volta nos bolsos das pessoas para que 2023 seja um ano próximo de 2022”, completou. “A ausência ou a demora de medidas de ajuste podem levar a uma queda de 10% em 2023”, calculou Araújo.
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Informações retiradas da CBIC