A Netspaces, uma plataforma de criação, negociação e gestão de propriedades digitais, acaba de vender tokens (NFTs) atrelados à escritura e matrícula de uma sala comercial em Porto Alegre. O imóvel comercial de 32 metros quadrados alcançou o número de 400 donos, em pouco mais de 120 dias após o início da campanha de vendas.
O que dá direito a cada dono de NFT ao recebimento de uma parte dos quase R$1 mil mensal pelo aluguel da sala de 32 metros quadrados do edifício Santa Cruz, o mais alto de Porto Alegre. O dono do imóvel decidiu colocar 100% da titularidade do imóvel à venda em junho deste ano, o que fez a sala se tornar “a primeira propriedade digital do país”.
A ideia torna o mercado imobiliário acessível para todas as classes de pessoas. Agora, todos tem a oportunidade de acumular imóveis com o tempo, fração a fração. É como investir nos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) mas de um jeito tradicional, que não assusta a maioria das pessoas.
“Este imóvel tem chamado tanto a atenção do público porque é a primeira propriedade digital do Brasil, podendo ser transacionado digitalmente com facilidade nunca antes vista. Com isso, surgem transações que até então não eram possíveis ou economicamente viáveis, como o caso da compra e venda em frações pequenas. Pessoas que não conseguiam acessar o mercado imobiliário por causa dos tíquetes muito elevados, têm agora a oportunidade de acumular imóveis com o tempo, fração a fração, com todos os benefícios e as oportunidades do mercado imobiliário em geral”, afirma Andreas Blazoudakis, CEO da Netspaces.
Como funciona na prática
Por meio da tokenização, processo que envolve, entre outras etapas, uma transação que passa por uma escritura e a matrícula do imóvel, como o caso da sala comercial de Porto Alegre, permite-se que um criptoativo (ou token em blockchain), um bem digital único e impossível de falsificação, passe a carregar direitos sobre um imóvel determinado, como os direitos de alugar e receber locativos, vender, usar como garantia para crédito imobiliário e até mesmo usar.
“A digitalização da propriedade é a máxima digitalização de todas as relações imobiliárias. Compra e venda, doação, crédito imobiliário, processos que até hoje consumiam muito tempo em etapas, sobretudo offline, agora passam a ocorrer de forma inteiramente eletrônica e com todas as qualidades que essas transações geralmente trazem: são leves, acessíveis e simples. E isso abre, tanto ao mercado quanto às pessoas que queiram investir no mercado imobiliário, um mar de novas possibilidades, da compra e venda de pequenas partes até mesmo a realização de microtransações de crédito com garantia imobiliária. De ponta a ponta, é valor que se entrega à sociedade como um todo”, declara Blazoudakis.
Expectativa de 500 proprietários digitais
Até o momento, a sala comercial da capital gaúcha foi vendida por diferentes valores e frações a cada transação, sendo a menor delas por R$ 2,50 e a maior por R$ 4,8 mil. Com base no valor e no percentual que cada fração transacionada representa do total, pode-se calcular que o imóvel vem sendo negociado nesse formato de transação por um valor que oscilou entre R$ 150 mil e R$ 250 mil.
Hoje, o primeiro imóvel com propriedade digital do Brasil está alugado pelo valor mensal de R$986,70, possibilitando que os proprietários digitais recebam aluguéis normalmente, assim como qualquer outro dono de imóvel. Exemplo: quem adquiriu 10% da propriedade digital, recebe, em média, R$98,67 reais a título de pagamento de aluguel mensal. E caso a sala comercial fique desocupada em algum momento, os proprietários digitais precisarão pagar o IPTU e o condomínio, assim como donos de qualquer imóvel.
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Informações retiradas da Exame