E mais uma vez a saga dos brasileiros que compraram casas no exterior após as eleições presidenciais se repete. Com a vitória de Lula, aquelas famílias com maior poder aquisitivo decidiram fazer as malas e abandonar o país. Embora haja muitos empecilhos, como a desvalorização do real comparado ao dólar e ao euro, combinado com o aumento da taxa de juros, ainda assim a venda de imóveis no exterior dobraram em algumas imobiliárias especializadas. Como por exemplo, a imobiliária de casas de luxo Duek Lara Group, que registrou vendas de US$20 milhões em novembro, enquanto a média de janeiro a outubro ficou em US$10 milhões.
Outra empresa que também registrou um salto nas vendas foi a Faccin Investments, que presta consultoria para brasileiros que estão de partida para os EUA e Portugal. As vendas de casas chegaram a US$ 17,3 milhões em novembro, contra a média de US$ 9,8 milhões entre janeiro e setembro.
Vale ressaltar que nos meses anteriores as vendas estavam paradas. De acordo com Cássio Faccin, os negócios haviam desacelerado devido a desvalorização do real combinado com a inflação e juros altos.
A taxa de juro fixa em um contrato de financiamento imobiliário de 30 anos nos Estados Unidos subiu para a faixa de 6,5% a 7% ao ano, enquanto nos melhores anos ficava mais próxima de 2%. Porém mesmo com o cenário mais conturbado, após as eleições, a demanda por parte dos brasileiros só aumentou.
Para ele, as condições do mercado no exterior não são as melhores para se comprar um imóvel. “Mesmo quando eu dou esse aviso, os compradores dizem que não se trata de um investimento, mas uma vontade de mudança”, diz.
Duek diz ter tido o mesmo tipo de experiência. “Quem está comprando imóvel são pessoas que já estavam pensando em se mudar. Com o resultado das eleições, ficaram sem paciência para esperar.”
Potenciais clientes têm renda anual de ao menos R$ 700 mil
E essa mudança de ares não é para qualquer um. Os clientes que optam por mudar de país com a intenção de comprar um imóvel costumam ter uma renda anual de pelo menos R$700 mil a R$1 milhão.
De acordo com Duek, não é a primeira vez que isso acontece, o período pós eleições costuma ser marcado por mudanças dos brasileiros que ficaram insatisfeitos com os resultados das urnas. As vendas também tiveram picos após a vitória de Dilma Rousseff, em 2014, e de Jair Bolsonaro, em 2018.
“O pós-eleições é um momento em que muita gente costuma fazer um balanço do que quer na vida e tomar uma decisão de mudança”, afirma.
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Informações retiradas do: Estadão