O anúncio da demissões em massa na Meta, a holding do Instagram, Facebook e WhatsApp, deve causar algumas mudanças significativas no Brasil. A empresa já divulgou a dispensa de 11 mil colaboradores, o equivalente a 13% da sua equipe total. Mas o que isso muda no Brasil?
Zuckerberg assume culpa por demissões em massa
O presidente da Meta, Mark Zuckerberg, assumiu a culpa pelas demissões em massa em carta aberta aos funcionários. Segundo ele, a empresa fez estimativas erradas de crescimento na venda de anúncios online.
“Não apenas o comércio on-line voltou a suas tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da competição e a perda de sinais na publicidade têm feito nossa receita ser muito menor do que eu esperava”, diz a carta.
No entanto, tudo indica que a Meta não seguirá o mesmo caminho do Twitter de Elon Musk. O empresário fez demitiu maciçamente metade dos 7,5 mil funcionários da empresa.
De acordo com Zuckerberg, a empresa prevê a reestruturação de equipes para alocar recursos em áreas prioritárias. Assim, as demissões devem ser feitas de forma controlada. E isso impede, no momento, uma análise do que acontecerá com as operações no Brasil.
Meta vai desocupar o Infinity Tower
O que se sabe, no entanto, é que a Meta não ocupará mais o Infinity Tower, no Itaim (São Paulo), onde está desde 2012. O prédio também abriga departamentos da Apple, Bloomberg, Goldman e Credit Suisse.
Agora, de acordo com algumas fontes, a Meta deverá ficar apenas com os escritórios que já ocupa desde o início do ano no B32, na Avenida Faria Lima, também no Itaim. A verdade é que a Meta está sendo lentamente transferida para esse endereço desde janeiro de 2022.
E isso reforça a informação da nota enviada à Exame, de que a mudança já estava programada em outubro, anteriormente à decisão das demissões em massa.
“Para apoiar essa evolução, anunciamos em outubro que estamos implementando o compartilhamento de mesas de trabalho, permitindo que as pessoas tenham mais flexibilidade, ao mesmo tempo em que revigoramos nosso ambiente de trabalho. E para manter uma utilização eficiente dos espaços, desde outubro também estamos otimizando a ocupação de nossos escritórios em alguns locais, incluindo São Paulo”, diz a nota.
Especialistas veem sinal de ‘disciplina financeira’
De forma conjunta ao anúncio das demissões em massa, a Meta reduziu a projeção de despesas para 2023 — da faixa de US$ 96 bilhões a US$ 101 bilhões para US$ 94 bilhões a US$ 100 bilhões — e de investimentos, de US$ 34 bilhões a US$ 39 bilhões para US$ 34 bilhões a US$ 37 bilhões.
E para os especialistas, isso é um aceno para os investidores, um sinal de disciplina financeira da empresa. A verdade é que bastou o anúncio das demissões em massa para as ações da Meta fecharem em alta de 5% na Nasdaq. No total, os papéis da empresa já acumulam queda de 70% na bolsa de valores.
Meta faz parte de um movimento global de demissões em massa nas techs
Entretanto, a demissões em massa da Meta também parece fazer parte de um movimento global nas empresas de tecnologia. Em outubro, a consultoria Challenger, Gray & Christmas contabilizou 9.587 demissões.
O número é o maior desde o segundo trimestre de 2020, considerado o pior conjunto de três meses para o setor. Só que no acumulado do ano 2022 mais de 104 mil postos nas startups de tecnologia já foram perdidos de acordo com a Layoffs.fyi, que inclui na estatística dados obtidos na mídia.
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Informações retiradas da: Exame e Valor Econômico