De acordo com a Abrainc-Fipe, os lançamentos de imóveis de alto padrão no Rio de Janeiro subiram 278% entre março de 2021 e fevereiro de 2022.
Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, ambos na Zona Oeste, lideram o ranking dos bairros mais valorizados. Nos últimos 12 meses tiveram alta de 8,7% e 8,8%, respectivamente, de acordo com o índice FipeZap+.
E esses índices são maiores do que os de vários bairros da badalada Zona Sul carioca. O metro quadrado na Barra (R$11,8 mil) supera o valor de Copacabana (R$11,2 mil), Flamengo (R$11,1 mil) e de Laranjeiras (R$10,1 mil).
Localização é inegociável para imóveis de alto padrão
Os especialistas no nicho afirmam que a localização é um item inegociável para essa clientela privilegiada. O problema é que nem sempre é fácil encontrar espaço disponível entre o mar e a montanha, principalmente quando se trata da Zona Sul.
A saída tem sido usar a criatividade e erguendo edifícios no lugar de antigos ou reformando os prédios – o famoso retrofit. E esse é o caso do icônico Hotel Glória que está sendo transformado em unidades residenciais de alto padrão.
E assim está surgindo o Glória Residencial Rio de Janeiro, com 266 apartamentos de até quatro suítes, entre 70 e 314 m². A entrega está prevista para 2026. O investimento é de 400 milhões de reais, sendo 250 milhões apenas investidos no “retrofit” por conta do desgaste dos materiais originais.
Além disso, a pandemia também impulsionou o mercado de alto padrão com a ressignificação do lar. Hoje há uma busca maior por mais espaço ao ar livre e cômodos mais amplos – e muita gente não se importa em pagar (bem) mais por isso.
O próprio Glória Residencial está ganhando piscina com borda infinita, bar a céu aberto na cobertura e restaurante com cúpula de vidro.
Mas não é só o mar e a lagoa que abrigam os imóveis de alto padrão na cidade maravilhosa. Incrustados na mata do chamado alto Jardim Botânico, debaixo do Corcovado, quatro modernos casarões com projetos assinados pelos arquitetos João Sousa Machado, Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas, sócios da Opy, acabaram de ser vendidos, por cerca de R$18 milhões cada, em menos de um mês. E, praticamente, só no boca a boca.
Falta de terrenos Praia da Barra empurra imóveis para o Recreio
Mesmo na Barra da Tijuca os terrenos na orla já são escassos. E a falta de espaço na praia acaba “empurrando” os imóveis de alto padrão para a praia vizinha: o também belíssimo Recreio dos Bandeirantes.
De acordo com o DataZap+ a procura pela Zona Oeste também se intensificou desde 2020, em plena pandemia. E como as regiões de Barra e Recreio prosperam cada vez mais, a estimativa é que essa valorização continue por um longo tempo, independentemente do resultado da eleição. Inclusive, para muitos, é lá, na Barra e no Recreio, que fica o futuro imobiliário de alto padrão do Rio.
A Barra, cujo desenvolvimento começou há cerca de 50 anos, sempre foi conhecida por condomínios de casas de alto padrão. O Condomínio Arouca, por exemplo, é um cujas casas e mansões chegam a ter 1,3 mil metros quadrados de área total e preço médio de R$20 milhões.
Já o Recreio é a área com mais fôlego, uma vez que só começou a despertar interesse das grandes incorporadoras nos últimos 20 anos. Aliás, a Praia do Pontal ganhou recentemente mais um condomínio de alto luxo, o On The Ocean, da Start Investimentos. O VGV valor geral de vendas chegou a R$250 milhões.
De acordo com a Secovi-RJ, a oferta de imóveis na Barra e Recreio dobrou nos últimos dez anos. E mostra os metros quadrados mais caros da Barra da Tijuca: Avenida do Pepê (R$19.062), Avenida Lúcio Costa (R$16.617), Jardim Oceânico (R$13.642), Península (R$12.199) e Ilha Pura (R$8.979).