Já pensou não precisar passar por toda aquela burocracia na hora de contratar o crédito imobiliário? A proposta dos bancos é acabar com a papelada e a demora na hora do contrato através da tecnologia.
Algumas instituições financeiras já estão fechando contratos de forma totalmente digital, sem que o cliente tenha de ir à agência bancária ou ao cartório para assinar.
Uma das instituições pioneiras dessa nova modalidade é o Bradesco, que já ultrapassou a marca de 500 contratos (cerca de R$150 milhões)de financiamentos feitos digitalmente. O projeto piloto se iniciou em São Paulo no mês de maio, no entanto, já está sendo expandido para todo o país.
Como funciona?
O processo acontece de forma totalmente virtual a partir de assinaturas digitais e a partir delas faz integração com o sistema de cartórios do país. Assim, todos os envolvidos conseguem acompanhar e assinar o contrato do conforto de casa, sem a necessidade de comparecer aos pontos físicos de atendimento.
Além do Bradesco, outros bancos já aderiram à tendência. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário, José Rocha Neto, em 2023 a prática já deve ser uma realidade ampla no mercado.
“Pode escrever. Até o final do próximo ano, quase todos os agentes financeiros já deverão estar com integração aos cartórios, ao menos em São Paulo”. afirmou, em debate no Summit Imobiliário, realizado na semana passada pelo Estadão em parceria com o Secovi-SP.
Ele também ressaltou que o avanço será significativo, já que o estado representa aproximadamente 40% da contratação de financiamentos do Brasil.
Menos tempo de espera
Com a digitalização dos processos o tempo para obter o empréstimo poderá reduzir significativamente. O diretor de crédito imobiliário do Santander, Sandro Gamba, projeta que o tempo para aprovação pode cair em até uma semana.
“Anos atrás era coisa de 60 a 90 dias. Hoje já evoluiu, está dentro de um mês. Com essa nova evolução será algo de dias, até coisa de uma semana se estiver com toda a documentação em ordem”, diz o executivo.
“Com o registro eletrônico, estamos falando em uma mudança de patamar para o negócio. Nós sabemos que o financiamento é uma etapa demandante para todos os agentes da cadeia. Com esse avanço que todos os bancos estão fazendo, será uma mudança relevante na forma como se contrata”, ele acrescenta.
Segundo a vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, Henriete Bernabé, com a implantação do Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), que tem como meta unificar sistemas de cartórios em todo o País e permitir registros e consultas pela internet. O crédito digital poderá avançar e passará a ser uma realidade.
“Em janeiro entra em vigor a legislação para os cartórios, com a centralização dos dados. Estamos apostando que a partir de janeiro teremos uma evolução grande rumo a uma contratação 100% digital tanto para construtoras quanto para pessoas físicas”, disse Bernabé.
Embora a Caixa possua canais digitais para simulação e cotação, bem como a tramitação de documentos, ainda não é possível concluir todos os processos digitalmente, é preciso comparecer ao banco no momento da assinatura.
“Hoje, o que pega é o momento da assinatura do contrato que vem antes do registro do contrato. Essa ponta ainda não está redonda”, comentou a vice-presidente.
Fonte: O Dia