Um levantamento feito pela plataforma Credihome by Loft entre seus usuários no primeiro semestre de 2022 mostra que apenas 14% deles usam o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para comprar imóvel.
A empresa observa ainda que houve um aumento de 50% no volume de negociações no mesmo período. Entretanto, a maioria dos clientes que fecham negócio na plataforma pertence às classes A e B – e podem não se enquadrar em algumas regras para uso do FGTS.
Vale lembrar, por exemplo, que o fundo de garantia não pode ser utilizado para a compra de imóveis acima de R$1,5 milhão nem se o comprador já for proprietário de outro imóvel na cidade em que mora.
Preservação do FGTS como reserva tem aumentado com o tempo
De acordo com a empresa, a opção por não usar o FGTS para comprar imóvel é um movimento que tem crescido. O fundo de garantia seria mais utilizado como recurso para os programas habitacionais mais populares.
Segundo a análise da Credihome, apesar da Selic alta as condições do mercado estão favorecendo a procura por financiamento imobiliário. A taxa básica de juros pulou de 2% para 13,75% em apenas 18 meses. Mas, mesmo assim, as taxas do crédito imobiliário subiram de forma bem mais lenta.
A explicação é que o crédito utiliza os recursos da poupança, cujo rendimento é atrelado ao limite de (6,17% + TR). Assim, a taxa do crédito que há um ano estava entre 7% e 7,5%, hoje não passam 9,5%, ainda atraentes.
Abecip registra alta no volume de crédito no primeiro semestre
E é o que parece estar mesmo acontecendo com o mercado. O primeiro semestre de 2022 teve volume acima da média de crédito garantido para compra de imóveis. Os dados são da dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Assim, a estimativa é que parte desse volume seja referente aos programas de habitação popular. Mas o público de alta renda, que mantém seu poder de compra, deve ser o responsável pelo restante.
Fonte: Valor Investe