Boa notícia para quem investiu em fundos imobiliários de desenvolvimento. A redução do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) não deve impactar essa modalidade de FII.
Em julho, o principal índice inflacionário do país teve uma deflação de 0,68%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses recuou de 11,89% em junho para 10,07%, apesar do patamar ainda alto.
Por conseguinte, os fundos de papel com ativos indexados pelo IPCA acabam tendo também os rendimentos reduzidos. Só que, dependendo do tipo de FII, isso pode não acontecer.
De acordo com um levantamento da gestora TG Core, os fundos imobiliários de desenvolvimento têm uma dinâmica própria, com foco na participação societária em diversos empreendimentos.
Geralmente são incorporações verticais (edifícios) e horizontais (casas) e loteamentos residenciais. Dessa forma, os dividendos são gerados a partir da distribuição de lucro dos projetos investidos.
Mas o impacto da redução do IPCA também depende do momento em que os ativos se encontram. Isso porque quanto mais avançadas estiverem a obra e as vendas desses empreendimentos, maior o patamar de distribuição dos fundos.
Fundos imobiliários recebíveis têm outra dinâmica
Já os fundos imobiliários recebíveis, baseados em ativos de papel, apresentam uma dinâmica diferente. Neles, as variações dos índices inflacionários como o IPCA impactam imediatamente os rendimentos.
E, de acordo com o boletim Focus, em agosto, o IPCA também deve ser reduzido. A expectativa é que fique em -19% – e cair consecutivamente até fechar 2022 em 7,02%.
O que acontece com os fundos de papel é que os rendimentos do portfólio acompanham os juros do crédito imobiliário. Então, quando a dinâmica inflacionária é reduzida, o patamar de distribuição de rendimentos também é reduzido.
FII de desenvolvimento apresenta bons resultados
O levantamento da TG Core mostra que os fundos imobiliários de desenvolvimento têm apresentado bons resultados, mesmo diante da volatilidade do cenário macroeconômico. E um dos motivos é justamente uma relação mais direta com o desempenho dos ativos – e não com os índices de inflação.
Apesar de ter poucos representantes nessa classe, os fundos imobiliários de desenvolvimento estão se mostrando bastante interessantes. O maior deles, por exemplo, é o TG Ativo Real (TGAR11), que acaba de bater o quarto recorde consecutivo de valor distribuído, com R$ 1,58 por cota. Já o dividend yield é de 1,31%, ou 16,94% anualizado.
Fonte: Suno