Ainda no primeiro semestre de 2022, os imóveis de alto padrão alcançaram uma alta histórica nos preços. Bairros nobres como, Itaim, Moema, e a região dos Jardins tiveram o maior impacto no valor, imóveis residenciais que eram vendidos a R$35 mil o metro quadrado em 2020, hoje custam cerca de R$45mil. De acordo com especialistas do mercado, isso acontece por três principais fatores: escassez de oferta, dificuldade de formação de novas áreas para incorporação e alta qualidade construtiva dos produtos.
Segundo Álvaro Coelho, diretor de marketing da corretora Coelho da Fonseca, “o custo da reposição das áreas para incorporação está muito alto, há poucos terrenos, e os valores dispararam. Isso tem impactado diretamente no preço dos lançamentos”. Além disso, ele afirma que os edifícios estão cada vez mais caros, pois os imóveis estão mais sofisticados, com acabamento em materiais nobres e áreas de lazer bem equipadas, entre outras melhorias.
No final de julho, foi divulgado o Indicador de Confiança do Mercado Imobiliário, no qual, foi revelado um cenário de manutenção de vendas e demanda de imóveis no país no segundo trimestre de 2022.
De acordo com o estudo, o segmento de médio e alto padrão está sofrendo pela alta da inflação e pelo aumento da taxa de juros, resultando em um comportamento mais regrado das empresas.
“Apesar disso, os indicadores ainda se encontram em patamares muito positivos para o segmento de alto padrão”, analisa Rafael Camargo, diretor de Real Estate da consultoria Deloitte. Para ele, a retração dos resultados do trimestre “é mais uma cautela com relação ao cenário global — guerra e aumento dos juros — do que propriamente o mercado colocando o pé no freio”.
O levantamento também mostrou que 97% dos executivos desse segmento pretendem fazer lançamentos nos próximos 12 meses. Já em relação à aquisição de novas áreas para incorporação, 77% devem fazê-lo até meados do ano que vem.
Camargo se mantém otimista com os resultados, para ele “O resumo da pesquisa é um indicador de confiança em patamares muito bons, com sinal de cautela do mercado em função do momento macroeconômico mundial mais delicado. Não vejo uma perspectiva de que esse segmento vá se deprimir no curto e no médio prazos”.
Fonte: Valor Econômico