Recentemente o mundo está sendo bombardeado de notícias acerca da maior economia do mundo, no entanto, os dados econômicos dos Estados Unidos estão enviando informações contraditórias, o que será que está acontecendo com a maior potência mundial?
Nesta quinta-feira (28), os números do Departamento do Comércio apontaram uma queda do Produto Interno Bruto, totalizando dois semestres consecutivos de reduções.
De acordo com as notícias divulgadas, essas reduções constantes mostram que a atividade empresarial do país começa a desacelerar. O mercado imobiliário dos EUA está enfrentando dificuldades e os consumidores estão com expectativas de melhora cada vez mais baixas. Em contrapartida, o Federal Reserve intensifica os esforços para conter a inflação mais alta em quatro décadas.
Os árbitros oficiais ainda não se pronunciaram sobre a atual situação econômica dos EUA, no entanto os formuladores da Casa Branca já deram seu julgamento formal.
De acordo com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, “seria uma ‘surpresa’ se a Agência Nacional de Pesquisas Econômicas (NBER) declarasse o momento atual como recessão”. Após a divulgação dos dados, ela reforçou que não há uma recessão, pois a perda substancial de empregos, fechamento de empresas e orçamentos apertados são indicadores de uma crise e no momento atual isso não está acontecendo.
No entanto, os republicanos já se apoderaram dos dados, e imediatamente marcaram como a “Recessão de Joe Biden”.
“A definição ‘oficial’ de recessão não é de trimestres consecutivos de PIB real negativo”, disse David Rosenberg, economista-chefe e presidente da Rosenberg Research. “Mas toda vez que isso aconteceu no período pós-guerra a economia estava em recessão”.
Grande parte dos economistas, compartilham uma visão positiva, no qual os EUA ainda não está em recessão, no entanto, eles não estão seguros de que a economia poderá evitar esse resultado em uma data futura.
Segundo, Blerina Uruçi, economista na T Rowe Price, “com base apenas nos dados do PIB, não podemos concluir que estamos em recessão agora. Isso pode ser o prelúdio de uma recessão… “Com base apenas nos dados do PIB, não podemos concluir que estamos em recessão agora. Isso pode ser o prelúdio de uma recessão, mas precisamos ser cautelosos para não descontar nada agora, porque há muita incerteza”.
O NBER caracteriza uma recessão como um declínio significativo na atividade econômica que se espalha por toda a economia e dura mais que alguns meses.
As autoridades do FED e da Casa Branca, afirmam que os EUA não estão em recessão, pois o cenário econômico não se encaixa nas características estipuladas pela NBER.
No mês passado 372 mil empregos foram gerados e além disso, a taxa de desemprego se estabilizou em um nível historicamente baixo de 3,6%. Ou seja, para cada desempregado, há aproximadamente duas vagas, fazendo deste um dos mercados de trabalho mais apertados na história recente.
Economistas apontam para a Regra de Sahm. Desenvolvida pela ex-funcionária do Fed Claudia Sahm, a regra estipula que uma recessão se instala quando a média móvel de três meses da taxa de desemprego sobe pelo menos meio ponto percentual acima de sua baixa nos últimos 12 meses. Por essa métrica, a taxa de desemprego precisaria ter ultrapassado 4% para se dizer que os EUA está em recessão.
Os dados do PIB, entretanto, incluíram sinais de fraqueza além do número principal, que sugere um consumidor muito menos dinâmico e investimentos em declínio.
É esperado que o banco central dos Estados Unidos, coloque em prática os planos de aperto da política monetária, mesmo com a desaceleração da economia, tendo aumentado as taxas de juros em mais 0,75 ponto percentual esta semana, pela segunda reunião consecutiva. Powell sinalizou novos aumentos, e os participantes do mercado esperam que a taxa básica de juros suba para cerca de 3,5% até o final do ano, um ponto percentual acima do nível de hoje.
Fonte: Folha de São Paulo